Indústria perde força e deixa economia alemã mais perto da recessão
As encomendas à indústria alemã diminuíram mais que o esperado, resultado de uma queda pronunciada na procura interna, e deixam a economia alemã mais perto da recessão.
O abrandamento da procura interna na Alemanha voltou a trazer más notícias para a maior economia europeia, e para a Zona Euro como um todo, com as encomendas à indústria a diminuírem mais do que o esperado em agosto. Os dados económicos negativos acumulam-se e mostram uma economia alemã cada vez mais perto da recessão.
De acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pelo Ministério da Economia e Energia da Alemanha, as encomendas à indústria caíram 0,6% em agosto, com a procura por bens de capital a diminuírem 1,6%.
Esta diminuição deve-se sobretudo à queda da procura interna, que diminuiu 2,6%, sendo compensada apenas parcialmente por um aumento de 0,9% nas encomendas do estrangeiro.
A queda foi maior que a esperada pelos analistas e surge num mês de agosto que até teve mais dias úteis que no ano passado — que com mais dias de trabalho, tradicionalmente significa mais encomendas e produção –, e soma-se a um conjunto de dados negativos que têm saído relativamente à economia alemã, como a queda do índice PMI em setembro para o valor mais baixo desde setembro de 2009.
No segundo trimestre deste ano, a economia alemã contraiu 0,1% em cadeia, e um crescimento acumulado nos últimos 12 meses de apenas 0,4%, com os dados mais recentes a indicarem que o desempenho negativo se possa manter no terceiro trimestre, o que significaria a primeira vez que a economia alemã entraria em recessão nos últimos seis anos.
Os dados têm vindo a aumentar a pressão sobre o Governo alemão para que tome a iniciativa e avance com estímulos à economia, que chegou inclusivamente através de um discurso público do ministro das Finanças de França, mas o vice-chanceler e ministro das Finanças, Olaf Scholz, deixou apenas a garantia que o Governo tem capacidade e está preparado para agir, caso seja necessário.
Os responsáveis alemães têm recusado abandonar o equilíbrio orçamental que caracteriza a gestão orçamental alemã, e que está inscrita na Constituição alemã, tendo apresentado um orçamento com um acordo para investimentos para combater as alterações climáticas, mas ainda assim equilibrado.
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