Patrões veem salário mínimo a crescer, mas “em condições que a economia suporte”

António Saraiva considera que o salário mínimo tem de continuar a trajetória de crescimento, mas salienta que tal evolução tem de seguir critérios mensuráveis, como a produtividade e a inflação.

Tal como aconteceu nos últimos quatro anos, o salário mínimo nacional tem de continuar a “progredir positivamente”, defendem os patrões. À saída de uma reunião com o primeiro-ministro indigitado, o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) frisou, contudo, que essa evolução não pode ser fixada “por decreto” nem acontecer “em condições que a economia não suporte”, mas seguir critérios mensuráveis.

“O salário mínimo nacional tem de continuar a progredir positivamente, mas com base em indicadores mensuráveis“, salientou António Saraiva, indicando como linhas mestras dessa evolução a produtividade, a inflação, o crescimento económico e, em alguns casos, o combate à pobreza.

Numa altura em que António Costa está a tentar formar uma nova geringonça com partidos que defendem a subida significativa do salário mínimo nacional, o presidente da CIP lembrou que os patrões sempre tiveram disponíveis “para ano após anos evoluir” a renumeração mínima garantida, mas com as limitações já referidas.

As bancadas mais à esquerda com as quais António Costa está a tentar chegar a um novo acordo defendem, além disso, alterações à lei laboral, considerando que a revisão do Código do Trabalho levado a cabo na legislatura anterior não apagou a herança da troika. Para António Saraiva, a lei laboral atual é, no entanto, “mais que suficiente para que o país desenvolva as suas atividades económicas com tranquilidade”.

O patrão dos patrões fez ainda questão de sublinhar que os partidos que, nos últimos quatro anos, mais quiseram mudar a lei em causa perderam votos nesta ida às urnas, o que deve ser lido, diz, como demonstração por parte dos eleitores de que outros partidos entendem melhor as necessidades do país.

No que diz respeito ao salário mínimo, o Bloco de Esquerda defende a subida para 650 euros, já em janeiro do próximo ano; o PCP quer um salto para 850 euros num prazo mais alargado; e o PS quer aumentar de forma “faseada, previsível e sustentada” com base na Concertação Social. Em entrevista ao ECO, o ministro do Trabalho do Governo que está a agora a terminar, Vieira da Silva, disse: “Estou convencido que podemos ter ritmos significativos de crescimento do salário mínimo acima da produtividade e da inflação, que é assim que se mantém o equilíbrio na repartição entre os rendimentos.”

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