Nuno Artur Silva, da administração da RTP a secretário de Estado de António Costa
O nome de Nuno Artur Silva, fundador da "Produções Fictícias" e ex-administrador da RTP, foi uma surpresa na lista dos novos secretários de Estado do Governo de António Costa.
Se houve surpresas na lista dos novos secretários de Estado do próximo Governo de António Costa, uma delas foi protagonizada por Nuno Artur Silva. Amplamente conhecido no setor dos media, vai assumir a liderança da nova secretaria de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, enquadrada no Ministério da Cultura, que continua a ser conduzido por Graça Fonseca.
Nuno Artur Silva fundou a “Produções Fictícias” em 1993, uma empresa focada nos conteúdos humorísticos e que esteve envolvida em projetos como o Herman Enciclopédia, os Gato Fedorento, os Contemporâneos e Inspector Max. Mas celebrizou-se como apresentador do programa de análise política O Eixo do Mal, emitido pela SIC Notícias e protagonizado por Clara Ferreira Alves, Pedro Marques Lopes, Daniel Oliveira e Luís Pedro Nunes.
Em 2015, Nuno Artur Silva chegou ao Conselho de Administração da RTP, a estação pública de rádio e televisão. Foi substituído n’O Eixo do Mal por Aurélio Gomes, o apresentador até aos dias de hoje, assumindo na RTP o pelouro dos conteúdos.
Deixou o board da empresa pública no ano passado, depois de um diferendo espoletado pela Comissão de Trabalhadores. Em causa, o facto de Nuno Artur Silva manter-se proprietário da “Produções Fictícias” mesmo depois de ter prometido vender a posição quando assumiu o cargo na administração, algo que não chegou a fazer.
Face a isto, o Conselho Geral Independente da RTP não reconduziu Nuno Artur Silva para um novo mandato de três anos, uma decisão justificada pelo órgão com uma incompatibilidade provocada pela “irresolução do conflito de interesses entre a sua posição na empresa e os seus interesses patrimoniais privados”.
Largos meses depois, Nuno Artur Silva entra novamente em cena. Desta vez, no Governo, com a pasta da secretaria de Estado responsável pelo cinema, pelo setor audiovisual e pelos media.
E Nuno Artur Silva já avançou que pretende vender a sua quota nas Produções Fictícias antes de assumir o cargo de secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media no novo Governo de António Costa. “No momento em que tomar posse como secretário de Estado, já não serei accionista das Produções Fictícias e consequentemente do Canal Q”, garantiu ao Público.
(Notícia atualizada às 19h15 com informação avançado pelo Público)
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