Portugal vai ter de esperar 19 anos para atingir cobertura de seguros adequada
Estudo da Mapfre indica que Portugal está a 19 anos de atingir uma cobertura satisfatória de riscos por seguros nos ramos Não Vida. No ramo Vida estamos apenas a 12 anos.
Portugal está a 19 anos de atingir uma cobertura satisfatória de riscos por seguros nos ramos Não Vida. A conclusão é de um estudo realizado anualmente pela Mapfre Economic Research. Com base numa comparação do desenvolvimento da indústria seguradora em diversos países, a divisão da seguradora espanhola, avança que no ramo Vida o país está a 12 anos de atingir a cobertura satisfatória.
O estudo baseia-se num indicador denominado Mapfre IPG, de Insurance Protection Gap que mede a diferença entre um nível de desenvolvimento pleno de proteção financeira por seguros e o nível que realmente existe, no momento, em cada país. Por outras palavras, o IPG de um país representa a diferença entre uma cobertura por seguros que é economicamente necessária e útil à sociedade e aquela que atualmente existe.
O IPG é ainda um indicador de potencial de crescimento de mercado. E é um conjunto complexo onde se jogam dois fatores: o crescimento e o desenvolvimento económico. E quanto mais populoso e rico for o país, maior é esse potencial. Outro ponto fundamental é o ritmo de redução do gap entre o que idealmente deveria estar seguro e o que realmente está.
O estudo permite calcular o número de anos que cada país vai demorar para atingir um nível de seguros considerado ideal, ou pelo menos satisfatório, caso se mantenham as perspetivas de evolução dos dados económicos. Portugal surge em 28.º lugar no conjunto dos países analisados, demorando 12 anos a atingir esse objetivo no ramo Vida.
Estados Unidos, Japão, Reino Unido, França, Coreia do Sul, Austrália, Holanda, Suíça, Qatar, Irlanda, Dinamarca e Finlândia, já estão no nível ideal de seguros contratados para o Ramos Vida. De um a três anos de atingiram o nível ideal estão a Suécia e Singapura, de três a dez anos estão Bélgica, Alemanha, Canadá, Noruega, Hong Kong, Israel, Áustria e Espanha.
Portugal está em 28.º lugar no grupo de países que estão a dez ou 15 anos de distância da plena cobertura de seguros, onde também se incluem Itália, Nova Zelândia, Luxemburgo.
A situação de coberturas em seguros Não Vida está mais longínqua para Portugal em termos de tempo para reduzir o gap entre o que existe e o que deveria existir. O país está em 69.º lugar entre os países analisados, a 19 anos de distância da cobertura ideal caso se mantenham os níveis de crescimento e o setor dos seguros não acelere a sua captação de novos e maiores segurados. Mas isto também significa que é uma área que apresenta melhores perspetivas para o desenvolvimento do negócio.
Já no ponto ideal de cobertura de riscos por seguros, na área Não Vida, estão os Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Coreia do Sul, Espanha, Canadá, Austrália, Holanda, Bélgica Irlanda, Suíça, Áustria ou Qatar.
Nesta análise da Mapfre, à frente de Portugal, no objetivo de atingir o nível ideal de seguros nos ramos Não Vida, estão países como Peru, Bahrein ou El Salvador.
No seu cálculo, a Mapfre Economic Research usou valores reais ou estimados do final de 2018 e uma amostra de 96 países dos quais um terço são economias desenvolvidas e dois terços emergentes.
Os dados escolhidos são o PIB de dada país, penetração de seguros (proporção de prémios de seguros emitidos em relação ao PIB), elasticidade da procura de seguros relativo ao ciclo económico (como o volume de prémios de seguros cresce em relação ao crescimento da economia), o PIB per capita, a população e o gap de crescimento em termos de PIB.
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