Os cinco embates entre Rio e Costa: do tabu de Mário Centeno à promoção de João Galamba
No regresso ao Parlamento, Rui Rio irritou António Costa. O primeiro-ministro evitou responder ao tabu de Centeno e usou o novo deputado da Iniciativa Liberal para atacar o PSD.
O Governo é quase o mesmo mas na chegada ao Parlamento para debater o guião que pretende seguir nos próximos quatro anos, António Costa teve um novo opositor. Rui Rio vai liderar a bancada parlamentar até ao congresso de fevereiro e no arranque tentou irritar o primeiro-ministro. Costa não facilitou a cada toque não poupou no contra-ataque.
No primeiro frente-a-frente foram vários os embates entre os dois líderes do PS e do PSD. Rio começou ao ataque ainda antes de entrar para o plenário.
- Um Programa “um bocadinho pior” vs. Um Programa para a “prosperidade”. Aos jornalistas que esperavam Rui Rio nos corredores da Assembleia, à entrada da porta para o grupo parlamentar do PSD, o líder laranja disse que o Programa de Governo é “um bocadinho pior” do que o programa eleitoral porque tem “concessões à esquerda”. Minutos depois, já dentro do plenário, Costa defendeu o Programa e mostrou vontade de continuar a contar com o apoio da esquerda parlamentar. Para o primeiro-ministro, a esquerda não é um incómodo. Pelo contrário: quer seguir o caminho iniciado em 2015 e rejeita acordos de Bloco Central. O objetivo de Costa é depois de virar a pagina da austeridade escrever a página da prosperidade.
- O maior Governo da história vs. Quem trata do Governo é o primeiro-ministro. O debate era sobre o Programa de Governo mas Rui Rio quis falar sobre o “maior governo da história“, acusando que é preciso recuar ao Governo de Vasco Gonçalves para encontrar um maior. Costa não deu satisfações a Rio, mas contra-atacou. “Vossa excelência há de se preocupar com o tamanho mais reduzido do seu grupo parlamentar”, disse, criticando a ordem de preocupações de Rio. “Está aqui a fazer um estágio para vir a ser comentador televisivo”, atirou.
- A despromoção de Centeno vs. A preparação para as despromoções que ai vêm. Rio quis saber se Centeno estava de “pedra e cal” no Governo ou se o ministro das Finanças está a prazo, tendo em conta que não iria intervir no debate do Programa de Governo. O tabu sobre a continuidade de Mário Centeno no Governo mantém-se apesar de ter transitado para o segundo Governo de Costa e ter visto o seu peso político ser reforçado com o título de ministro de Estado. Costa contornou o tema e sugeriu ao líder do PSD que se focasse nas “despromoções que ocorrerão muito brevemente na sua vida”, numa alusão à corrida à liderança no PSD marcada para janeiro.
- A promoção de Galamba vs. A conversa de “tabacaria”. Rio quis garantias de Costa que “João Galamba agiu sem qualquer mácula” no caso do negócio para a exploração de lítio. O secretário de Estado da Energia que foi promovido a secretário de Estado Adjunto foi o visado de uma reportagem da RTP sobre o negócio do lítio. Costa lembrou que foi Álvaro Santos Pereira, o ex-ministro da Economia de Passos Coelho, quem atribuiu o negócio à empresa em causa. “Convém que não aproveite esta sua passagem pela AR para fazer julgamentos de tabacaria”, afirmou Costa.
- O tabu das PPP vs. não são opção deste Governo. Rui Rio acusou o Governo de transformar as PPP num “tabu ideológico” ao rejeitá-las no Programa de Governo e lembrou que o Presidente da República promulgou a Lei de Bases da Saúde no pressuposto que a legislação não as proíbe. Costa explicou que a Lei tem essa abertura, “mas não é este Governo” que as fará.
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