Ryanair pára Boeing 737 em terra devido a fissuras entre as asas e a fuselagem
A companhia aérea irlandesa é a mais recente afetada pelas falhas na estrutura que fortalece a ligação entre entre as asas e o corpo do avião da Boeing.
Pelo menos três aparelhos Boeing 737 da companhia aérea Ryanair tiveram que ficar em terra devido a falhas entre as asas e a fuselagem (a chamada “carcaça do avião”). Este dano já levou a que 50 aviões a nível mundial ficassem parados desde 3 de outubro. O modelo em causa é antecessor do 737 MAX que esteve envolvido em dois acidentes mortais na Indonésia e na Etiópia.
Segundo o The Guardian (acesso livre, conteúdo em inglês), a companhia irlandesa é a mais recente afetada pelas falhas na forquilha de decapagem (em inglês pickle fork) — estrutura que fortalece a ligação entre as asas e a estrutura do avião –, que têm atingido alguns Boeing 737 no último mês.
Cópias dos documentos consultados pelo The Guardian relativos aos registos técnicos de engenharia da Ryanair relatam que os três aviões apresentaram “fissuras na forquilha de decapagem”. Ainda assim, a empresa não revelou quantos ciclos de voo — um ciclo corresponde a uma aterragem e a uma descolagem –, têm os aparelhos. Sabe-se apenas que os três aviões em causa têm mais de 15 anos e de acordo com o Flight Aware, um site de monitorização dos voos em tempo real, dois deles estarão a ser reparados no Aeroporto de Victorville, na Califórnia, e outro no aeroporto de Stansted, em Londres.
Os peritos consultados pelo jornal inglês não consideram a existência de fissuras como um problema de segurança, desde que sejam realizadas verificações apropriadas. Em declarações ao Irish Time, na quinta-feira, a Raynair disse que “não esperava” que este tipo de danos “fosse ter algum impacto nas operações ou na disponibilidade da frota“. Esta semana, um representante da companhia aérea garantiu que todos os aviões com mais de 30 mil ciclos de voo estariam a ser inspecionados.
Na semana passada a companhia Quantas também detetou falhas em três Boeing 737 com ciclos de voo abaixo dos 30 mil. Na altura, as fissuras detetadas na união entre a fuselagem e a asa originaram uma revisão de 33 aparelhos do mesmo modelo.
Desde o dia 3 de outubro, este dano já levou à paragem de 50 aviões a nível mundial. Nessa data, a Autoridade Federal da Aviação dos EUA emitiu uma diretiva urgente no sentido de que todos os Boeing 737 com mais de 30 mil ciclos de voo fossem avaliados num espaço de tempo máximo de uma semana.
De acordo com o jornal britânico, atualmente existem mais de sete mil aviões 737 em serviço. Só a Raynair tem mais de 300 aeronaves 737 NG que é o único modelo afetado com este problema até ao momento. A companhia aérea irlandesa pretende ainda comprar mais de 100 aparelhos 737 MAX, modelo envolvido nos acidentes que provocaram 346 mortos na Etiópia e Indonésia.
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