Fundos de capital de risco apostam no boom imobiliário e turístico. Captaram 373 milhões nestes setores
O aumento dos preços das casas e o boom do turismo não está a passar ao lado do capital de risco. Há já 117 fundos em Portugal, que puxam pelo investimento, mas montantes das operações estão a cair.
O imobiliário, especialmente direcionado para o turismo, liderou o interesse dos fundos de capital de risco em 2018. As empresas ligadas a estas atividades captaram 373,1 milhões de euros num ano em que o investimento imobiliário bateu recordes de sempre no país e em que os preços das casas subiram mais de 20% tanto em Lisboa como no Porto.
A maior parte do valor investido pelos fundos de capital de risco foi direcionado alocado “para empresas ligadas às atividades imobiliárias (373,1 milhões de euros), sobretudo direcionadas para o turismo”, revela o relatório sobre a atividade de capital de risco divulgado esta sexta-feira pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
A seguir ao imobiliário, seguiram-se a indústria transformadora (que captou 327,5 milhões de euros) e atividades de informação e de comunicação (com um total de 303,3 milhões de euros). Já no caso das sociedades de capital de risco, “a maioria do valor investido foi dirigido a empresas das atividades financeiras e de seguros, a que se seguiram os investimentos em empresas de construção”, explica o relatório.
Assim, no total dos operadores de capital de risco, os setores das atividades imobiliárias, financeiras e de seguros, bem como a informação e comunicação concentravam, no final de 2018 cerca de 57,5% do investimento, “sendo também os setores de atividade geradores de maior valor acrescentado per capita em 2018″.
Valor investido por sociedade (esquerda) e fundo (direita) por setor de atividade
Número de fundos aumenta, mas investimento cai
Os ativos sob gestão do setor do capital de risco em Portugal mantiveram, em 2018, a tendência de crescimento verificada nos últimos anos. No final do ano passado, o total tinha aumentado 2,1% para 4,8 mil milhões de euros. O montante corresponde a 2,3% do Produto Interno Bruto português.
“Esta evolução ficou a dever-se essencialmente ao aumento do número de fundos (de 95 para 117), uma vez que o valor investido pelas sociedades de capital de risco decresceu”, explica ainda a CMVM.
A rotação das carteiras de investimento resultantes de operações realizadas aumentou, tal como o valor das transações (para 354,2 milhões de euros). Em sentido contrário, o investimento líquido caiu (para valores negativos, de 163,7 milhões de euros).
As fases de turnaround, expansão e management buy-out concentraram maior valor investido, “o que evidencia o já diminuto peso do venture capital relativamente ao investimento em private equity“, explica o supervisor dos mercados. “Quando avaliadas com base no valor de aquisição, apenas uma em cada seis operações produziu mais-valias e cerca de 25,3% registaram menos-valias“, acrescenta.
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