Governo diz que não está prevista qualquer alteração societária na TAP
O ministro Pedro Nuno Santos desconhece informação sobre a saída do acionista privado David Neeleman do capital da companhia aérea portuguesa.
O ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, assegurou que não está prevista nenhuma alteração societária na TAP, desconhecendo informação sobre a eventual saída do acionista privado David Neeleman.
“Não sei de nenhuma saída do nosso acionista privado […], não existe nenhuma alteração societária, neste momento, prevista”, afirmou Pedro Nuno Santos, em declarações aos jornalistas à margem de uma visita de trabalho ao porto de Lisboa.
Esta terça-feira, o Jornal de Negócios noticiou que a saída do empresário da TAP está preparada para o primeiro trimestre do próximo ano, estando a desenvolver contactos com a Lufthansa, British Airways, Air France e United para o substituir.
No mesmo dia, ao final da tarde, David Neeleman disse em comunicado que está “cada vez mais entusiasmado com o futuro” da companhia aérea de bandeira. “Hoje, tal como em 2015, quando ninguém acreditava, estou cada vez mais entusiasmado com o futuro da TAP”, afirmou o empresário no comunicado.
Rejeitando fazer conjeturas sobre o futuro da empresa e o reforço do papel do Estado, Pedro Nuno Santos disse que a reversão da privatização que estava decidida em 2015 permitiu garantir que “a TAP é uma empresa portuguesa, que não sai de Portugal e continuará a servir a economia portuguesa”.
O Estado português participa e tem “uma posição muito determinante, aliás maioritária, na definição da estratégia da empresa”, sublinhou o governante, acrescentando que a gestão corrente da empresa “está 100% sob a responsabilidade do privado”.
“Não está prevista nenhuma alteração desta relação entre o Estado e o privado, portanto tudo o resto, notícias que ouvi e li são notícias, neste momento, não tenho qualquer tipo de confirmação e, por isso, qualquer juízo sobre essa matéria é meramente especulativo e não era correto da minha parte estar a fazê-lo”, declarou o responsável pela pasta das Infraestruturas.
Pedro Nuno Santos frisou que o Estado não coloca um cêntimo na TAP há 20 anos, recusando preocupações de que se anda a pôr dinheiro na companhia. “Na realidade, somos acionistas da TAP, portanto deveríamos ter essa responsabilidade, efetivamente, como acionista, mas a verdade é que não metemos um cêntimo na TAP há 20 anos e é preciso que toda a gente tenha consciência disso”.
Quanto aos resultados negativos da empresa, o governante disse que, “infelizmente, essa é a história da TAP”. “Os resultados positivos em toda a história da TAP contam-se pelos dedos de uma mão, aliás são menos que os dedos de uma mão”, apontou, destacando o investimento que tem sido feito nos últimos anos.
Considerando que a TAP em 2015 estava “no chão”, Pedro Nuno Santos defendeu que, hoje, é uma empresa “com mais aviões, com mais pessoal, a abrir rotas, a crescer”. “Obviamente que há aqui uma fase de crescimento que lança desafios. Olhamos, obviamente, com muita atenção para o que está a acontecer”, realçou, rejeitando o “mito” de que a falência técnica da empresa se deva à participação do Estado, que “tem a maioria no Conselho de Administração”, mas “na Comissão Executiva a gestão é, absolutamente, privada”.
“A TAP é demasiado importante para que o Estado não tenha uma presença. Obviamente que queremos que a TAP tenha saúde financeira, económica, operacional, e essa é uma preocupação que temos, que acompanhamos com muita atenção”, declarou o ministro.
A TAP registou, nos primeiros nove meses deste ano, prejuízos acumulados de 111 milhões de euros que atribui a “variações cambiais sem impacto na tesouraria”. “Excluindo esta variação cambial, o lucro líquido consolidado do grupo TAP, no terceiro trimestre de 2019, foi de 61 milhões de euros positivos, compensando em mais 50% o prejuízo gerado no primeiro semestre de 2019”, avançou a companhia, em comunicado.
(Notícia atualizada às 17h43 com mais informação)
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Governo diz que não está prevista qualquer alteração societária na TAP
{{ noCommentsLabel }}