Portugal é dos países da União Europeia com menos acesso à saúde?
O preço demasiado elevado é apontado pelos europeus como a principal razão para não terem acesso aos cuidados de saúde. Portugal ocupa a sexta posição do ranking.
O preço demasiado elevado é apontado pelos europeus como a principal razão para não terem acesso aos cuidados de saúde. E, nesse campo, os portugueses estão entre os que se sentem mais penalizados. Segundo o Eurostat, Portugal ocupa a sexta posição nesse ranking na União Europeia, apesar de a situação ter melhorado na última década.
Os dados são divulgados pelo gabinete de estatísticas europeu a propósito do Dia de Cobertura Universal de Saúde que se celebra esta quinta-feira, mas também no próprio dia em que se realiza um Conselho de Ministros extraordinário dedicado à implementação de um plano para a saúde. Esta quarta-feira será aprovada uma Resolução do Conselho de Ministros com uma estratégia “enquadradora plurianual na Saúde para reduzir a suborçamentação e endividamento da Saúde”, segundo explicou o primeiro-ministro, no debate quinzenal. O plano irá também debruçar-se sobre a gestão na Saúde.
De acordo com o Eurostat, 3,6% dos cidadãos com mais de 16 anos de idade da União Europeia inquiridos revelaram que em 2018 ficaram excluídos da prestação de cuidados de saúde, sejam exames médicos ou tratamentos. A razão mais apontada para essa exclusão prendeu-se com o elevado preço desses cuidados de saúde. Essa razão foi apontada por 1% dos inquiridos a nível europeu.
A realidade em Portugal coincide com a média da União Europeia: 3,6% dos inquiridos a revelarem dificuldades de acesso a cuidados de saúde. E também aqui, o fator preço foi o mais decisivo neste âmbito. Segundo o Eurostat, 1,6% dos portugueses revelaram dificuldades de acesso devido ao facto de não terem capacidade financeira para os suportar.
Comparando com os restantes Estados-Membros, Portugal ocupa assim a sexta posição no ranking dos países mais afetados por essas dificuldades financeiras no acesso à saúde. Esse ranking é liderado pela Grécia, onde 8,3% dos cidadãos apontaram questões financeiras como travão no acesso à saúde. Pior do que Portugal, estão ainda a Letónia (4,2%), a Roménia (3,4%), a Itália (2%), a Bélgica (1,7%).
Apesar das dificuldades de acesso a cuidados de saúde reportadas pelos portugueses, a situação terá melhorado face ao que se passava há uma década. Em 2009, 4,3% dos inquiridos reportaram essas limitações, acima dos 3,6% atuais. Na altura, o preço era também o principal fator de exclusão, referido por 2,8% dos cidadãos, acima dos 1,67% que se registaram em 2018.
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