Centrais a carvão vão reduzir lucro da EDP em 200 milhões de euros. Dividendo mantém-se em 19 cêntimos

A elétrica liderada por António Mexia alertou para o impacto da aceleração do processo de transição energética na rentabilidade das centrais a carvão na Península Ibérica.

A EDP fez um profit warning ao mercado. A elétrica liderada por António Mexia alertou para o impacto da aceleração do processo de transição energética na rentabilidade das centrais a carvão na Península Ibérica. A menor competitividade destes ativos tem um custo extraordinário de 300 milhões de euros, o que corresponde a um impacto negativo de 200 milhões nos lucros, segundo a empresa.

“A competitividade destes ativos é penalizada pelo aumento do preço das licenças de emissões de CO2, a redução dos preços do gás, assim como a perspetiva de aceleração do crescimento da capacidade instalada de energias renováveis”, anunciou a EDP, em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

Adicionalmente, a elétrica prevê “a manutenção de uma elevada carga fiscal sobre estes ativos, bem como uma vontade política de antecipação dos prazos de encerramento destas centrais”. Em linha com os objetivos de neutralidade carbónica, o Governo quer encerrar as duas centrais termoelétricas, Pego e Sines, entre 2022 e 2030.

Assim, a empresa explica que a incorporação deste cenário nos testes de imparidade anuais resulta num custo extraordinário de 300 milhões de euros em 2019, correspondente a um impacto negativo de 200 milhões no resultado líquido. Entre janeiro e setembro, a EDP lucrou 460 milhões de euros, sendo que o guidance da empresa antecipavam que os lucros atingissem 800 milhões de euros este ano.

“O impacto final está sujeito a aprovação pelos auditores externos”, refere. “Este custo contabilístico extraordinário, sendo neutral ao nível do cash flow e dívida líquida de 2019, não terá qualquer impacto na política de dividendos anunciada em março de 2019, que definiu em 0,19 euros por ação o montante mínimo do dividendo anual durante o período 2019-2022″, acrescenta.

O profit warning foi feito no mesmo dia em que a EDP anunciou também que vendeu seis barragens no Douro a um consórcio liderado pela empresa francesa Engie. O negócio, previsto no plano estratégico da elétrica, resulta num encaixe financeiro de 2,2 mil milhões de euros. As ações da empresa fecharam esta quinta-feira com um ganho de 1,62% para 3,836 euros por ação.

(Notícia atualizada às 16h50)

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