Do café se faz arroz. Cápsulas recicladas da Nespresso já ofereceram 600 toneladas de alimentos ao Banco Alimentar

Em dez anos, o projeto 'Reciclar é Alimentar' ofereceu 12 milhões de refeições a famílias e instituições. A taxa de reciclagem das cápsulas Nespresso em Portugal situa-se, atualmente, nos 23%.

Criado em 2010, o projeto de economia circular ‘Reciclar é Alimentar’ comemora este ano o seu 10.º aniversário com um novo recorde: só em 2019, 100 toneladas de arroz chegaram aos Bancos Alimentares de Lisboa e Porto para seguirem para a mesa de famílias carenciadas e 2.400 instituições de solidariedade social em todo o país, informaram em comunicado os parceiros do projeto Nespresso e Banco Alimentar contra a Fome. Esta estratégia de reciclagem da marca em Portugal representa um investimento de aproximadamente meio milhão de euros por ano.

Na prática, o projeto ‘Reciclar é Alimentar’ é uma iniciativa de economia circular que começa no momento em que os clientes Nespresso bebem café em casa e separam as cápsulas de alumínio para reciclagem, entregando-as depois num dos cerca de 200 pontos de reciclagem da marca ou nas lojas e boutiques Nespresso. A quem compra café online é entregue um saco reciclável, feito de plástico reciclado, a partir de cana de açúcar, que depois de cheio pode ser devolvido no momento da entrega de uma nova encomenda.

Destas cápsulas recicladas é depois aproveitada a borra do café, que é transformada em fertilizante para terrenos de cultivo de arroz (um composto agrícola 100% orgânico), na Herdade Monte das Figueiras, em Santa Margarida do Sado. Comprado a 100% pela Nespresso, o arroz produzido nesta herdade é então colhido, selecionado, embalado e doado ao Banco Alimentar.

Numa década, a parceria chegou a 12 milhões de refeições, num total de 600 toneladas de arroz entregues a famílias portuguesas, no âmbito do projeto de sustentabilidade mundial da marca, ‘The Positive Cup’, que engloba 39 países. Todas as cápsulas Nespresso vendidas no mundo saem de um dos maiores centros de produção da empresa, na Suíça.

“Pretendemos contribuir para o crescimento da economia circular. Sendo a borra do café um resíduo com propriedades fertilizantes e o alumínio, um material infinitamente reciclável, estamos a garantir que as suas vidas úteis não acabam numa chávena de café”, disse em comunicado Anna Lenz, ‘market director’ da Nespresso Portugal.

No caso do alumínio, o material é transformado em novos objetos, como canetas, máquinas fotográficas, canivetes ou até bicicletas. Assim “contribuímos para menos desperdício e mais sustentabilidade”, garantiu ainda Anna Lenz. O projeto conta com outras empresa parceiras que contribuem para a produção de arroz a partir das borras de café: a reciclagem das cápsulas é feita em Loures (através de separação mecânica sem água), o alumínio segue para Viana do Castelo e a borra de café para a Herdade Monte das Figueiras.

“Este projeto é um exemplo de responsabilidade social que nos deve inspirar a todos e motivar outros parceiros a dedicarem-se mais ao próximo. No Banco Alimentar, acreditamos que ser sustentável é pensar no ambiente, mas também na melhoria de vida das pessoas, em especial de quem mais precisa”, destacou também Isabel Jonet, presidente da Federação Portuguesa de Bancos Alimentares Contra a Fome.

A taxa de reciclagem das cápsulas Nespresso em Portugal situa-se atualmente nos 23%, ainda abaixo dos 25% definidos para 2020. A este objetivo juntam-se os compromissos assumidos, mundialmente, e que passam por alcançar 100% de capacidade de recolha de cápsulas usadas e garantir que 100% do alumínio usado nas cápsulas Nespresso seja gerido de forma sustentável.

O projeto ‘Reciclar é Alimentar’ já foi replicado em Espanha e Itália, países onde também está a ser cultivado arroz em solos adubados com borras de café, para depois ser distribuído a instituições de solidariedade.

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