Concorrência baixou spreads da casa. Procura por crédito vai manter-se

Inquérito aos bancos do Banco de Portugal aponta para a manutenção dos critérios de concessão de crédito. Procura por parte das famílias também deverá manter-se neste primeiro trimestre de 2020.

A concorrência continua a baixar os spreads da casa. O inquérito trimestral aos bancos sobre o mercado de crédito, realizado pelo Banco de Portugal, revela que as taxas exigidas pelos bancos na altura de concederem empréstimos para a casa continuam a baixar, isto ao mesmo tempo que a procura por crédito acelerou. E a perspetiva dos bancos é a de que o “apetite” das famílias por financiamento, seja para a casa ou consumo, se mantenha neste arranque de ano.

“No quarto trimestre de 2019 a oferta de crédito a empresas e a particulares permaneceu praticamente inalterada face ao trimestre anterior, ainda que as pressões da concorrência tenham contribuído para tornar os spreads ligeiramente menos restritivos nos empréstimos de risco médio concedidos a particulares”, explica o Banco de Portugal a partir das respostas dos cinco bancos mais representativos do mercado de crédito nacional.

De salientar que o ano passado foi marcado por uma “chuva” de revisões em baixa dos leques de spreads por parte dos bancos nacionais. No universo dos dez bancos mais representativos do mercado de crédito à habitação em Portugal, apenas dois não procederam a quaisquer descidas nas margens mínimas que se dispõem a exigir aos clientes para financiarem a compra de casa.

Uma pressão concorrencial que ao longo de 2019 coincidiu com uma maior procura de crédito por parte das famílias, tendência que se manteve no último trimestre do ano. Segundo as instituições financeiras sondadas pelo Banco de Portugal, essa situação foi notório no final do ano tanto em termos de crédito à habitação como para consumo, atribuindo essa realidade ao “nível geral das taxas de juro”, que se encontram em níveis historicamente baixos.

Os últimos dados disponibilizados pelo Banco de Portugal relativamente à concessão de crédito à habitação comprovam essa subida de procura. Em novembro, os bancos nacionais concederam 978 milhões de euros em empréstimos com esse fim, o valor mais elevado desde o travão ao crédito por parte do Banco de Portugal, em julho de 2018.

Para o trimestre corrente, a instituição liderada por Calos Costa não antecipa alterações tanto do lado da oferta como da procura face ao observado no final do ano.

“As instituições participantes não antecipam alterações de relevo nos critérios de concessão de crédito para o primeiro trimestre de 2020”, adiantam as conclusões do inquérito, onde é dito ainda que estas “não antecipam alterações relevantes na procura de empréstimos nos segmentos de crédito concedido a empresas e particulares”.

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