Advocatus: VdA afasta-se do “Luanda Leaks”. Nega ataque informático
Escritório de João Vieira de Almeida, que representou a Sonangol até há bem pouco tempo, nega ter sido vítima de pirataria informática em relação a Angola. Mas assume ter sido alvo há dois anos.
A sociedade de advogados Vieira de Almeida nega ter sido alvo de pirataria informática. Segundo o escritório explicou ao ECO/Advocatus, essa informação está totalmente “incorreta e profundamente enganadora. Faz referência a uma situação de hacking ocorrida há mais de dois anos, não havendo, como admite a própria notícia, qualquer evidência de ligação ao Luanda Leaks”. referindo-se à notícia avançada pelo Público e que dava conta que a VdA tinha sido alvo de um ataque e que não tinha feito queixa às autoridades.
Segundo avançou o jornal Público [acesso pago], a Vieira de Almeida terá sido alvo de um ataque informático, que tem como principal suspeito o hacker português Rui Pinto, que terá sido o responsável pelo Football Leaks, e que assumiu esta segunda-feira ser também o denunciante responsável pela divulgação dos mais de 715 mil documentos que deram origem ao caso “Luanda Leaks”.
“A VdA trabalhou na reestruturação do setor dos petróleos em Angola, em conjunto com as mais prestigiadas consultoras globais, tendo prestado serviços estritamente jurídicos e circunscritos a esse âmbito”, explica a mesma fonte do escritório de João Vieira de Almeida.
O caso “Luanda Leaks” revelou um conjunto de 715 mil documentos contendo informações sobre Isabel dos Santos, nomeadamente sobre transferências feitas pela empresária angolana para contas offshore no Dubai. E já foi responsável pela saída de Jorge Brito Pereira — advogado de anos de Isabel dos Santos — da Uría Menéndez- Proença de Carvalho.
“A situação em causa, absolutamente circunscrita a um caso específico e sem relevância material, foi resolvida em conjunto com o cliente em causa. Em caso algum ficou comprometida qualquer outra informação sobre quaisquer outros assuntos ou clientes. A ocorrência está a ser investigada pelas autoridades e não depende de queixa”, diz ainda a VdA.
Mas esta notícia de uma das maiores sociedades de advogados ter sido alvo de pirataria informática não é nova. Há mais de um ano, foi divulgado pela revista Sábado que o escritório de João Vieira de Almeida teria sido alvo de pirataria informática, no seguimento do ataque de que foi alvo a PLMJ. Mas na altura o contexto falado era apenas o dos casos que envolveriam mails de advogados do Benfica, na altura João Medeiros, ainda sócio da PLMJ e atualmente sócio da VdA. O P
A PLMJ foi alvo de pirataria informática há cerca de um ano. “Na sequência de sucessivas tentativas de intrusão ilícitas, a segurança de rede da PLMJ foi recentemente comprometida”, segundo fonte oficial do escritório explicou à Advocatus na altura. As razões, desde quando ou que informação em concreto foi pirateada, não foram reveladas pelo escritório “por questões de segurança”.
Nesse ataque foram divulgados mails no blogue “Mercado de Benfica” — o mesmo que deu origem ao caso e-toupeira — que divulgavam conversas entre os três advogados do Benfica: João Medeiros, sócio da PLMJ, da atura agora da VdA, Rui Patrício, sócio da Morais Leitão, Paulo Saragoça da Matta e ainda um membro da comunicação do Benfica.
O Público refere ainda que não é, no entanto, claro se também foram roubados da Vieira de Almeida elementos relacionados com Angola. A ligação foi feita já que esta sociedade de advogados trabalhou na reestruturação da Sonangol e até há bem pouco tempo contava com Rui Amendoeira como sócio, advogado da Sonangol à data mas que entretanto já não se encontra no escritório fundado por João Vieira de Almeida (na foto). O advogado da Sonangol– que deu uma entrevista à Advocatus em dezembro de 2017 — esteve apenas na VdA dois anos e meio, nunca sendo oficial a razão da saída do advogado.
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