Modelo da Fitch já “atribui a Portugal um rating A”. Problema é o endividamento

O elevado endividamento e a perspetiva de quebra no crescimento económico levam a agência de notação financeira a ser conservadora em relação a Portugal. A avaliação é três níveis inferior ao modelo.

Portugal já tem rating A nos modelos que a Fitch usa para avaliar o risco dos países. No entanto, o potencial de crescimento económico, o peso da dívida pública na economia e elevado endividamento externos impedem Portugal de estar, para já, mais acima na escala de investimento de qualidade. O outlook “positivo” leva, ainda assim, a que o país seja um dos que está na calha para melhorias.

O nosso modelo atribui a Portugal rating A, portanto três níveis acima do rating atual“, afirma Michele Napolitano, diretor sénior de soberanos da Fitch Ratings, num encontro, esta quinta-feira em Lisboa.

O ministro das Finanças, Mário Centeno, afirmou em outubro que a trajetória de recuperação e estabilização financeira não será interrompida e que o rating de Portugal pode em breve passar para níveis mais elevados. Nos últimos dois anos, a dívida pública deixou de ser classificada como investimento especulativo e foi subindo nas avaliações de rating, mas nenhuma vê Portugal como investimento de rating A.

A Fitch avalia a dívida pública nacional em “BBB”, o segundo nível de grau de investimento, tendo o outlook “positivo”. Mas então porque é que o rating não sobe? Apesar de “a economia portuguesa estar mais resiliente do que esperado”, a perspetiva é de desaceleração do crescimento a médio, segundo Napolitano, que avançou que a estimativa a agência é de uma expansão de 1,7% do PIB este ano devido à moderação do consumo privado.

Também a dívida pública e o endividamento externo continuam a pesar no país, mas a Fitch antecipa que continue a descer de forma estável. Por último, a banca é vista como “trigger potencial” de risco devido ainda às cicatrizes da crise financeira.

Por outro lado, “o compromisso do Governo de Costa em ter um excedente orçamental faz com Portugal se destaque de pares como Espanha ou Itália“, diz ainda sobre o excedente das contas públicas de 0,2% que o Governo prevê para este ano. “É um aspeto muito positivo para o nosso rating“, acrescenta.

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