“O BCP reforçou muitíssimo todas as linhas de defesa” no branqueamento de capitais

Miguel Maya, CEO do BCP, considerou como "pertinente e válida" a recomendação do governador do Banco de Portugal de que os bancos devem ser "eficazes na prevenção do branqueamento de capitais".

O presidente executivo do BCP, Miguel Maya, considerou como “pertinente e válida” a recomendação do governador do Banco de Portugal de que a banca seja eficaz a combater o branqueamento de capitais, esclarecendo que o banco que lidera “reforçou muitíssimo todas as linhas de defesa” nesse campo.

A afirmação de Miguel Maya aconteceu à margem da “Banking Summit”, evento da Associação Portuguesa de Bancos (APB), subordinado ao tema “Que banca queremos em Portugal?” que decorreu nesta quinta-feira. Durante o evento, Carlos Costa, destacou entre os principais desafios que o setor bancário enfrenta a necessidade de os bancos serem “diligentes e eficazes” no combate ao branqueamento de capitais.

Miguel Maya “aplaudiu” as palavras de Carlos Costa que disse ainda que “os bancos têm de assegurar que as linhas de defesa se encontram plenamente operacionais”. Um repto que o CEO do BCP assegura que a instituição que lidera está a seguir.

A recomendação [sobre o branqueamento de capitais] é pertinente e válida, porque o que afeta um banco afeta todos os bancos“, começou por explicar aos jornalistas, acrescentando que “o BCP reforçou muitíssimo todas as linhas de defesas do banco”. “É uma grande preocupação no modelo de governance. Somos extremamente rigorosos nesta matéria, e portanto estamos confiantes daquilo que estamos a fazer”, acrescentou ainda.

O esclarecimento de Miguel Maya acontece numa altura em que o tema do branqueamento de capitais está na ordem do dia após o escândalo do Luanda Leaks que envolve Isabel dos Santos e, também a Sonangol, que é a maior acionista do BCP.

Relativamente à relação com a petrolífera angolana, o CEO do BCP diz que esta é “corretíssima”. “A relação com a Sonangol é corretíssima. Sempre foi, desde que sou administrador, desde 2009, absolutamente correta”, assegurou Miguel Maya.

O gestor afirmou ainda que a sua relação com Manuel Vicente, antigo vice-presidente de Angola e ex-presidente da Sonangol, também sempre “foi completamente correta” e disse que foi no âmbito do habitual agradecimento aos acionistas que em 2012 (poucos dias depois de tomar posse como vice-presidente) enviou uma carta a Manuel Vicente.

“Tive várias interações com a Sonangol. A Sonangol teve um papel importante na recuperação que o BCP fez e em 2012 fui convidado – não pela Sonangol nem por qualquer acionista – mas pelo Dr. Nuno Amado a ser vice-presidente, o que aceitei. No final de cada assembleia-geral agradeço às pessoas que me delegam votos e tive o cuidado de agradecer também aos principais acionistas”, justificou Maya.

Este esclarecimento do presidente executivo do BCP surge no seguimento de uma reportagem publicada nesta quinta-feira pela revista Sábado. Intitulada de “O ataque de Angola aos bancos portugueses”, esta conta a história da influência de Angola na banca em Portugal e divulga uma carta de Maya a Manuel Vicente em que o gestor refere o “privilégio” de privar com o político angolano e os “ensinamentos” transmitidos.

Miguel Maya garantiu ainda, aos jornalistas, que o “BCP nunca concedeu crédito à Sonangol para adquirir ações“.

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