“Estamos muito atentos a perturbações nas empresas portuguesas”, afirma Paulo Macedo

Questionado sobre o alegado enriquecimento ilícito de Isabel dos Santos, Paulo Macedo sublinhou que a única relação do banco público com o caso prende-se com o financiamento a empresas portuguesas.

O CEO da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Paulo Macedo, está atento a potenciais perturbações nas empresas portuguesas com o Luanda Leaks. Apesar disso, o gestor garantiu que o banco público não tem qualquer relação com Isabel dos Santos, mas sim apenas com as empresas em que a empresária detém participações.

“Sobre clientes em especial, não falamos. Estamos muito atentos a perturbações que haja nas empresas portugueses, designadamente as que têm maior dimensão. Tendencialmente, as empresas de maior dimensão são todas clientes da Caixa. Estamos a acompanhar e, obviamente, há riscos desta situação”, afirmou Paulo Macedo, quando questionado sobre o caso de alegada corrupção.

Na apresentação de resultados do banco, o CEO apontou para a análise que a CGD faz das operações, do ponto de vista de branqueamento de capitais.

“A Caixa faz uma análise das operações sobre duas óticas. Uma é a da recuperabilidade dos financiamentos, continuidade de cash flows e garantias. Se há perturbações dos cash flows. Isso a caixa já fez e continua a trabalhar nesse processo”, começou por referir.

“O outro é em termos de transferências pessoais e comunicações à UIF [Unidade de Informação Financeira da Polícia Judiciária] e ver se há algo que devêssemos ter feito e não tenhamos feito. Já recebemos os resultados e não há casos de especial a assinalar nos resultados até agora”, sublinhou Paulo Macedo.

O consórcio de jornalismo de investigação (ICIJ) revelou mais de 715 mil ficheiros que mostram como Isabel dos Santos se tornou a mulher mais rica de África. De acordo com a investigação, a filha do ex-presidente de Angola terá utilizado fundos públicos para fazer crescer a fortuna própria. Foi na liderança da Sonangol que terá, com recurso ao EuroBic, transferido 115 milhões de dólares para uma sociedade sua no Dubai.

Isabel dos Santos tem participações em 22 empresas com sede ou presença em Portugal, sendo que já anunciou que quer vender o capital da Efacec e do EuroBic que detém. Outras das mais importantes empresas são a Nos ou a Galp.

“Neste momento, não temos relações além das de financiamento e estas são às empresas que operam em Portugal. Esmagadoramente, o relacionamento da Caixa com esse assunto é com empresas portuguesas. Há uma que pode haver preocupação e estamos a acompanhar”, acrescentou Paulo Macedo.

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