BPI/CaixaBank vê lucros do BCP a encolher. Corta preço-alvo

Lucros do BCP terão caído para 283 milhões de euros em 2019 devido a custos de reestruturação, encargos com litígios e menos DTA. BPI/CaixaBank reduz avaliação e recomendação para as ações.

O BPI/CaixaBank reduziu a avaliação para as ações do BCP, antes de o banco liderado por Miguel Maya apresentar os resultados anuais. Os lucros terão caído no ano passado para 283 milhões de euros.

Numa nota de investimento a que o ECO teve acesso, o BPI/CaixaBank baixou o preço alvo do BCP em 7%, dos 0,27 euros para os 0,25 euros, reduzindo a recomendação de “Comprar” para “Neutral”. Vê um potencial de valorização de 28% face à cotação de fecho da passada sexta-feira. As ações do BCP estão a cair 2,72% para 0,1895 euros no PSI-20.

A explicar o downgrade está a redução dos lucros por ação. O BCP vai anunciar os resultados de 2019 na quinta-feira da próxima semana. Depois dos lucros de 301 milhões em 2018, o banco deverá registar uma descida de 5,9% para 283 milhões no ano passado, segundo as estimativas do BPI/CaixaBank.

“Os resultados vão ser penalizados por itens específicos (custos de reestruturação, encargos com litígios e desreconhecimentos de DTA) e pela compressão da margem no trimestre“, explicam os analistas numa nota de research emitida esta segunda-feira.

Ponto positivo: os rácios de capital confortáveis o suficiente para fazer face a preocupações com a capacidade de o grupo reduzir os ativos não produtivos. “O BCP negoceia com um desconto entre 15% e 25% face ao setor europeu e aos pares espanhóis. Contudo, acreditamos que este desconto seja justificado devido às incertezas pendentes relacionadas com a litigância na Polónia em torno dos empréstimos em francos suíços, juntamente com o rácio de NPA [ativos não produtivos] mais elevado do que a média”, refere o BPI/CaixaBank.

O banco de investimento destaca os “desenvolvimentos positivos na qualidade dos ativos com os NPE [exposição não produtiva] (…) em baixa de 6%, permitindo ao BCP bater o guidance com uma redução de 25% para o conjunto do ano de 2019″.

Em relação ao caso dos empréstimos em moeda estrangeira na Polónia, o BPI/CaixaBank lembra que o Bank Millennium (controlado pelo BCP) já colocou de lado 52 milhões, embora tenha admitido perdas adicionais. “Num pior cenário, a conversão de todos os empréstimos FX do Bank Millennium poderá ter um impacto de 120 pontos base no rácio CET1 do BCP”, diz o BPI/CaixaBank.

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Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

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