Marcelo e Costa condenam insultos racistas a Marega

  • Lusa e ECO
  • 17 Fevereiro 2020

O jogador do FC Porto pediu para ser substituído ao minuto 71 da partida com o Guimarães, por ter ouvido cânticos e gritos racistas de adeptos da formação vimaranense.

Sérgio Conceição abraça Marega momentos antes de este abandonar o campo após os insultos racistas de que foi alvo.

O Presidente da República e o primeiro-ministro condenam os insultos racistas de que o jogador do FC Porto Marega foi alvo este domingo. Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que a Constituição da República é muito clara na condenação do racismo, xenofobia e discriminação, enquanto António Costa manifestou “total solidariedade” com o “grande cidadão” e “grande jogador”.

“A Constituição da República Portuguesa é muito clara na condenação do racismo, assim como de outras formas de xenofobia e discriminação, e o povo português sabe, até por experiência histórica, que o caminho do racismo, da xenofobia, e da discriminação, além de representar a violação da dignidade da pessoa humana e dos seus direitos fundamentais, é um caminho dramático em termos de cultura, civilização e de paz social”, considerou Marcelo Rebelo de Sousa, numa declaração à agência Lusa.

O jogador do FC Porto Marega pediu para ser substituído ao minuto 71 da partida com o Guimarães, por ter ouvido cânticos e gritos racistas de adeptos da formação vimaranense, numa altura em que os dragões venciam por 2-1, resultado com que terminaria o encontro.

Na declaração à Lusa, o Presidente da República sublinhou que só pode “condenar, como sempre, veementemente, todas as manifestações racistas, quaisquer que sejam”. Marcelo Rebelo de Sousa apelou ainda “à ética, ao sentido cívico e ao bom senso, para que se evitem em Portugal escaladas que violem valores básicos da nossa comunidade e só possam contribuir para a divisão fratricida entre os portugueses”.

O primeiro-ministro salientou também que os atos de racismo são crime. “Todos e quaisquer atos de racismo são crime e intoleráveis. Nenhum ser humano deve ser sujeito a esta humilhação. Ninguém pode ficar indiferente. Condeno todos e quaisquer atos de racismo, em quaisquer circunstâncias”, escreveu António Costa na sua conta pessoal na rede social Twitter.

Jogadores tanto do FC Porto como do Vitória de Guimarães tentaram demovê-lo, mas Marega mostrou-se irredutível na decisão de abandonar o jogo. Em relação ao avançado maliano, o primeiro-ministro manifestou-lhe “total solidariedade”, considerando que Marega provou no campo de jogo “ser não só um grande jogador, mas também um grande cidadão”.

Da mesma forma, o presidente da Assembleia da República Ferro Rodrigues condenou “com indignação” o caso e exigiu medidas de prevenção e de repressão contra criminosos nos estádios, numa nota da Assembleia da República enviada à agência Lusa.

“O presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, condena com indignação os ataques racistas de que foi vítima ontem [domingo] em Guimarães o jogador do Futebol Clube do Porto Marega. As autoridades do Estado, a Federação Portuguesa de Futebol e os clubes têm de, em conjunto, tomar medidas de prevenção e repressão dos criminosos que se introduzem nas claques e nos estádios”, salienta-se na nota.

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