Número de utentes com passes aumentou 32,3% com novo sistema tarifário na Área Metropolitana de Lisboa
O número de utentes detentores do passe Navegante na Área Metropolitana de Lisboa aumentou 32,3% nos últimos nove meses de 2019, com a introdução do novo sistema tarifário.
O número de utentes detentores do passe Navegante na Área Metropolitana de Lisboa (AML) aumentou 32,3% nos últimos nove meses de 2019, com a introdução do novo sistema tarifário dos transportes públicos, em comparação com igual período do ano anterior.
Os números foram avançados na cerimónia de apresentação do concurso internacional para a aquisição do serviço público de transporte rodoviário de passageiros na AML, que decorreu esta terça-feira no CCB, em Lisboa. Segundo o primeiro-secretário metropolitano, Carlos Humberto, verificou-se nos últimos anos uma revolução nos transportes da AML, desde a bilhética à mobilidade, uma mudança de paradigma, que melhorou as oportunidades de mobilidade de emprego, de formação e de lazer.
O mais visível para os rendimentos das famílias passou pela criação de um novo sistema tarifário, com o passe Navegante municipal (30 euros), Navegante Metropolitano (40 euros), Navegante +65 (20 euros), Navegante 12 (sem custo), Navegante Família Municipal (60 euros) e Navegante Família Metropolitano (80 euros).
De acordo com Carlos Humberto, mais de 900 mil pessoas ficaram abrangidas pelo sistema Navegante “o que corresponde a cerca de um terço da população da área metropolitana”. “Comparando abril e dezembro de 2019 com o mesmo período de 2018, temos números surpreendentes”, sublinhou.
De acordo com o responsável, a comparação entre estes períodos permitiu perceber que o número total de passageiros cresceu 18,1% e o número de passageiros com passe aumentou 32,3%. No setor ferroviário, o crescimento foi de 31,9%, no rodoviário 17,2%, no metro 12,8% e no modo fluvial 7,2%, especificou. “Temos mais de 115 mil pedidos de Navegante 12 [gratuito, para crianças até ao final dos 12 anos], que não estão incluídos nos valores anteriores. A venda de cartões Lisboa Viva teve um acréscimo de 78%”, disse ainda.
De acordo com o responsável, a utilização dos transportes fora das horas de ponta e ao fim de semana também cresceu, “em grande medida por via do Navegante+65” (para seniores). Carlos Humberto sublinhou ainda que “os municípios financiam esta estratégia metropolitana em 2019 com 25 milhões de euros em 2020 com 31 milhões de euros e se necessário em 2021 e anos seguintes até uma verba de 43 milhões de euros ano”.
Considerou, contudo, que a solução do navegante é ainda “incompleta e insuficiente”, devido à oferta, “apesar de alguns reforços pontuais”, problema que o concurso hoje lançado “ultrapassará no transporte rodoviário”.
Para se chegar à rede hoje lançada a concurso foi necessário trabalhar com os 18 municípios e em articulação com os municípios vizinhos e também com as comunidades intermunicipais que têm deslocações na AML e “trilhar um caminho exigente“, complexo do ponto de vista técnico-jurídico, de estudos financeiros, de articulação da rede com a dos outros modos de transportes, desde o comboio ao metro e aos barcos.
“Tudo isto obrigou a um trabalho persistente, exigente e muito prolongado. Foi necessário ponderar, diria coser e cerzir todas as propostas”, disse. Segundo o concurso público internacional hoje lançado, no valor de 1,2 mil milhões de euros, todos os autocarros na AML vão pertencer à marca única Carris Metropolitana até meados de 2021, adotando a cor amarela tradicional da empresa que até agora serve Lisboa.
Posteriormente, a AML irá também gerir outros meios de transporte na sua área, estando previsto que o passo seguinte seja a Soflusa e a Transtejo, seguindo-se o Metropolitano e os comboios suburbanos.
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