2.100 já morreram com coronavírus. Air France-KLM estima perdas até 200 milhões
O coronavírus já provocou a morte de 2.118 pessoas, estando mais de 70 mil infetadas. A epidemia está também a ter efeitos no desempenho das empresas, estimando a KLM perdas até 200 milhões.
O número de mortos devido ao novo coronavírus subiu, esta quinta-feira, para 2.118 na China continental, ao mesmo tempo que foi registado o menor aumento diário de novos casos de infeção em quase um mês, de 394.
A Comissão de Saúde da China indicou que, só na quarta-feira, 114 pessoas morreram devido ao Covid-19. O número de pacientes fixou-se, no total, em 74.576. No entanto, o número de novos casos diários é o menor desde 25 de janeiro. O número de casos graves ascendeu a 11.864, enquanto 16.155 pessoas receberam alta, disse a Comissão.
As autoridades informaram que 589.163 pessoas que tiveram contacto próximo com pacientes foram acompanhadas, entre as quais 126.363 ainda estão sob observação e 4.922 são suspeitas de terem contraído a doença.
Por outro lado, a província de Hubei, cuja capital Wuhan é o centro do surto, registou 108 novas mortes e 349 novos casos de infeção. Só Wuhan registou a maioria das vítimas mortais, 1.585, e dos casos de infeção, 45.027.
Várias cidades na zona estão em quarentena desde 23 de janeiro passado, numa medida que afeta cerca de 60 milhões de pessoas. Além dos 2.118 mortos na China continental, morreram duas pessoas na região chinesa de Hong Kong, duas no Irão, uma nas Filipinas, três no Japão, uma em França e uma em Taiwan.
Entre os mortos registados no Japão, estão dois idosos que saíram do cruzeiro em quarentena, segundo indicou o Ministério da Saúde nipónico. Estes são os primeiros casos mortais entre mais de 600 pessoas infetadas com o Covid-19 no navio Diamond Princess, o que elevou para três o número de mortes causadas pelo novo coronavírus no país
Air France-KLM estima perdas até 200 milhões
O grupo Air France-KLM anunciou, esta quinta-feira, que vai deixar de ganhar entre 150 e 200 milhões de euros devido à suspensão dos voos para a China entre fevereiro e abril, devido ao coronavírus Covid-19. “Na hipótese de serem retomadas as operações progressivamente a partir de abril, o impacto estimado do Covid-19 sobre o resultado de exploração é de menos 150 a menos 200 milhões de euros, entre fevereiro e abril”, indicou, em comunicado. O grupo adiantou esta estimativa vai resultar numa quebra das receitas no primeiro trimestre.
Várias transportadoras aéreas, como Air France, British Airways, Air Canada, Lufthansa, American Airlines, United Airlines, ou Delta, entre outras, suspenderam desde final de janeiro os voos para a China continental para tentar travar a propagação do novo coronavírus Covid-19.
Em 06 de fevereiro, a Air France-KLM anunciou que, a partir de 16 de março, ia retomar progressivamente os voos “de e para Xangai e Pequim, garantindo alternadamente um voo diário para cada destino”. A francesa Air France e a holandesa KLM previram, na altura, um “regresso ao programa normal de ligações” em 29 de março.
O turismo mundial, sobretudo as companhias aéreas, foram diretamente atingidas pela quarentena imposta em várias cidades chinesas e a proibição de viagens organizadas da China para o estrangeiro.
Banco central chinês reduz taxa de juros
Os credores chineses reduziram, esta quinta-feira, a taxa de juros base em 0,1 ponto percentual, numa altura em que o país enfrenta o surto do coronavírus Covid-19, que levou ao encerramento de vários negócios.
O Banco do Povo Chinês (banco central) reduziu a taxa referencial para créditos de 4,15% para 4,05%, visando aliviar o impacto económico causado pelo novo coronavírus, noticiou a agência oficial Xinhua.
A redução na taxa média de empréstimos que os bancos comerciais oferecem aos melhores clientes diminui os custos de financiamento para as empresas chinesas, à medida que lidam com a interrupção causada pelo surto.
Pequim lançou ainda dezenas de outras medidas para apoiar as empresas mais afetadas pela epidemia, incluindo empréstimos no total de 300 mil milhões de yuan (quase 40 mil milhões de euros) para as grandes empresas e alguns bancos das províncias mais atingidas, incluindo Hubei, centro do surto.
No entanto, analistas previram já uma queda acentuada na atividade económica este ano. A Standard Chartered estimou que a economia chinesa cresça 2,9%, no primeiro trimestre do ano, cerca de metade, em comparação com igual período do ano anterior.
Num relatório, a consultora Capital Economics considerou que a redução da taxa de juros vai servir como balão de oxigénio para empresas que estão a sofrer o impacto da crise de saúde pública. “Os cortes são apenas um alívio parcial para os milhões de pequenas empresas que mais sofrem com a epidemia e recebem pouca atenção do setor bancário”, apontou o economista Julian Evans-Pritchard.
Segundo o analista, um terço dessas empresas pode ficar sem dinheiro nas próximas semanas, a menos que retomem a atividade.
As autoridades chinesas isolaram várias cidades da província de Hubei, no centro do país, para tentar controlar a epidemia, medida que abrange cerca de 60 milhões de pessoas.
Milhões de trabalhadores deviam ter já regressado das suas terras natais, mas a rápida propagação do vírus levou muitos a permanecerem em casa, impedindo a reabertura de fábricas e negócios, com consequências imprevisíveis para o tecido empresarial da segunda maior economia do mundo.
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