BCP com lucros de 302 milhões. É o melhor resultado desde 2007
Banco liderado por Miguel Maya registou lucros de 302 milhões de euros em 2019, uma subida ligeira de 0,3% face ao ano anterior. São os melhores resultados em 12 anos.
O BCP registou lucros de 302 milhões de euros em 2019, o que corresponde a uma ligeira subida de 0,3% face a 2018. Foram os melhores resultados em 12 anos, com o banco liderado por Miguel Maya a surpreender os analistas que esperavam uma quebra dos lucros para 283 milhões.
Apesar da subida, os resultados do ano passado foram penalizados por custos não recorrentes no negócio polaco, onde o Bank Millennium (detido a 50,01% pelo BCP) fechou a aquisição de um banco e foi também obrigado a criar uma provisão extraordinária de 52 milhões de euros devido a eventuais perdas com disputas judiciais relacionadas com o caso dos créditos concedidos em francos suíços. Também a anulação de ativos por impostos diferidos pesou nas contas do ano passado.
Isso mesmo explicou Miguel Maya, CEO do banco, durante a apresentação de resultados. “2019 foi adverso para o setor financeiro. As razões são sobejamente conhecidas como as taxas de juro e as expectativas de taxas de juros que vão manter-se mais baixas durante mais tempo do que o esperado e a guerra comercial. Mas também houve fatores específicos do BCP“, disse.
Com o BCE a pressionar o negócio bancário, o BCP viu, ainda assim, a margem financeira (diferença entre juros cobrados e juros pagos) subir 8,8% para 1.548,5 milhões de euros, enquanto as comissões subiram quase 3% para 703 milhões de euros. Feitas as contas, o produto bancário aumentou 7% para 2.252,0 milhões de euros.
O banco fez-se valer do aumento dos volumes de negócio para contrariar a pressão da política monetária. Registou um aumento nos stocks de crédito e recursos de clientes, que ascenderam a 136,4 mil milhões de euros.
Do lado positivo, o BCP contou ainda com mais-valias superiores a 30 milhões de euros com a venda de dívida pública, que também ajudaram nos resultados.
Sem anúncio de dividendo
Durante a conferência de imprensa, Miguel Maya sublinhou os esforços para limpar o balanço, com o nível de ativos não produtivos a cair mais do que a meta estabelecida. “Aceleramos o programa de redução de NPE, entregamos mais do que o esperado, mas tem sempre um custo adicional”, frisou.
O rácio de NPE baixou 1.500 milhões de euros em todo o grupo BCP para 4.200 milhões de euros. O rácio do crédito malparado baixou dos 6,1% para 4,1%. “É uma trajetória francamente positiva”, notou o líder do BCP.
O banco destaca ainda os rácios de capital robustos face às exigências regulatórias, com o rácio total fixado nos 15,6% — 2,3 pontos percentuais face ao exigido.
Quanto aos custos operacionais, o BCP registou um aumento de 13,8% para 1.169 milhões de euros, em parte explicado com a integração do EuroBank no Millennium Bank.
Ao contrário do ano passado, o BCP não anunciou quanto é que vai pagar em dividendos aos acionistas. Em 2018, o payout foi de 10%, o que se traduziu em dividendos na casa dos 30 milhões de euros. O objetivo é atingir um payout de 40% em 2021.
(Notícia atualizada às 17h38)
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