AICEP já angariou mais de mil milhões em investimento

  • Lusa
  • 22 Dezembro 2016

Miguel Frasquilho revelou que a AICEP angariou mais de mil milhões de euros em investimento em 2016. Numa entrevista, o presidente pede mais margem orçamental e fala em "menos dinamismo" este ano.

A Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) angariou investimento “acima dos 1.000 milhões de euros” este ano, apesar de algum abrandamento, disse em entrevista à Lusa o presidente da entidade, Miguel Frasquilho. “No ano passado tivemos, em termos de investimento angariado, o melhor ano dos últimos cinco e um dos dois melhores desde que a AICEP foi fundada, em 2007”, afirmou Miguel Frasquilho, que recordou que a agência cumpre dez anos de existência em 2017.

Em 2015, “tivemos cerca de 1.700 milhões de euros angariados pela AICEP em termos de investimento. Este ano, apesar de algum abrandamento (…), mesmo assim vamos ficar acima dos 1.000 milhões de euros”, disse Miguel Frasquilho, que vai deixar a agência após terminar o mandato e fechar as contas deste ano. “E dos tais dez anos da AICEP, estamos a falar do quarto melhor ano”, disse, acrescentando que “mesmo assim foi superior a 2011, 2012, 2013 e 2014”, só encontrando “paralelo em 2007, 2008”.

Menos dinamismo

O investimento durante este ano foi diversificado, incluindo as empresas Embraer, PSA, Faurecia, Bosch, Renova, entre outros. Apesar do investimento angariado este ano, a AICEP sentiu no início de 2016 “um menor dinamismo”. “Isso é inquestionável. Por que é que isso aconteceu? Acontece sempre que há mudanças de ciclo político”, explicou Miguel Frasquilho. Ou seja, “houve um compasso de espera por parte dos investidores nos primeiros meses deste ano para se perceber o que é que iria acontecer. Eu próprio senti, em reuniões que tive, curiosidade acrescida” sobre a situação política, confessou.

Apesar do Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia) e da eleição do republicano Donald Trump nas presidenciais norte-americanas, que “são fatores de risco que acarretam incerteza, mesmo neste contexto, tivemos uma segunda metade do ano que eu diria que, em termos de investimento angariado, foi melhor do que a primeira metade, daí que tenhamos conseguido atingir mais de 1.000 milhões de euros para este ano”, acrescentou.

Miguel Frasquilho, que faz um balanço positivo do seu mandato à frente da AICEP, disse ainda que “gostaria de ver o orçamento da AICEP crescer nos próximos anos a bem da atividade da agência e a bem da atividade do país porque é, de facto, uma atividade fundamental”.

“Nós temos os ovos, entre aspas, que foi possível obter, estou a falar em termos de orçamento da AICEP e recordo que o orçamento da AICEP no início desta década 2010/2011 era superior a 50 milhões de euros. Nesta altura, o orçamento da AICEP anda à volta dos 37/38 milhões de euros”, ou seja, um corte de 30% num horizonte de seis anos, disse.

“Penso também que a AICEP é das agências mais consensuais que existe em Portugal, tem uma tarefa que me parece relevante, não me canso de dizer que a AICEP não exporta nem investe, isso cabe às empresas, mas nós apoiamos a atividade da exportação e a atividade do investimento”, salientou.

“A AICEP é das agências mais consensuais que existe em Portugal”, defende Miguel Frasquilho. Deixará o cargo no fim do mandatoINÁCIO ROSA/LUSA

São precisos mais “ovos”

“Se passarmos dos 37 milhões de euros para 40/41 milhões de euros, acho que aí já temos ovos suficientes para fazer omeletes que, sem dúvida, são positivas para todos e nos permitem continuar esta trajetória positiva e ascendente que nós, mesmo com estes poucos ovos, temos tentado fazer”, acrescentou, afirmando que isso não significa colocar a agência à margem das restrições orçamentais.

Se passarmos dos 37 milhões de euros para 40/41 milhões de euros [de orçamento], aí já temos ovos suficientes para fazer omeletes.

Miguel Frasquilho

Presidente da AICEP

“Tive e tenho a felicidade e o privilégio e o gosto de ser o presidente da AICEP e quando lhe falo neste desejo de ver o orçamento da AICEP melhorado nos próximos anos, já a começar em 2017, não estou a pedir nada para mim enquanto presidente, gostaria de ver na agência a que presido, e evidentemente para o meu sucessor”, salientou Miguel Frasquilho.

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