Ações mundiais corrigem do selloff provocado pelo coronavírus. BCP e EDP disparam em Lisboa
Com os investidores ainda a avaliarem o impacto do coronavírus na economia global, as bolsas mundiais estão a recuperar após duas sessões de fortes perdas generalizadas.
Ao terceiro dia, as ações respiram de alívio. O selloff causado pelos receios relacionados com o coronavírus poderá estar prestes a chegar ao fim com as principais bolsas a inverterem a tendência das últimas sessões e a negociarem em terreno positivo. Em Lisboa, o BCP, a EDP e a Nos lideram os ganhos e levam o índice PSI-20 a avançar 0,74% para 5.116,26 pontos.
O número de casos confirmados de coronavírus atingiu 81.000 e tanto o número de pessoas curadas (30.165 pacientes) como as vítimas mortais (2.764) aumentaram. Na Europa, há já casos em Espanha e na Grécia, enquanto na América do Sul foi confirmado o primeiro infetado no Brasil.
A disseminação da doença — e a incerteza face ao eventual impacto que poderá ter na economia global — tem levado a fortes quedas nas bolsas desde o início da semana com o PSI-20 a perder 3,7 mil milhões de euros em apenas dois dias.
“Inevitavelmente impactará o crescimento, não só na China, mas também a nível global. Alguns setores mais cíclicos ou com maior exposição à China deverão sofrer uma quebra importante na sua atividade. Entre eles, os setores automóvel, commodities, companhias aéreas, hotéis… Contudo trata-se de uma situação conjuntural, não estrutural. Por esse motivo, devemos estar bem posicionados para quando a epidemia for controlada“, diz a equipa de research do Bankinter.
A expetativa dos analistas do banco é de recuperação para as ações, o que já está a acontecer tanto nos Estados Unidos como na Europa. A meio da terceira sessão, o índice de referência nacional começou a recuperar.
O BCP dispara quase 3% para 0,178 euros por ação, após ter tocado mínimos de quase três anos, enquanto a EDP — um dos títulos mais penalizados nas primeiras sessões da semana — ganha 2% para 4,58 euros. A Nos, telecom cujas ações atingiram o valor mais baixo desde 2013, ganha 1,2% para 3,87 euros. Também a Galp Energia, os CTT e a Jerónimo Martins seguem em terreno positivo.
Portugal está entre as maiores recuperações na Europa, a par do espanhol IBEX 35 e atrás do italiano FTSE MIB, que dispara mais de 1,5%. As ações europeias afundaram para o valor mais baixo em quatro meses e o índice Stoxx 600 mantém-se na linha de água. O francês CAC 40, o alemão DAX e o holandês AEX continuam a desvalorizar.
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