Portugueses em teletrabalho dão picos de tráfego às operadoras. Meo admite reforço da rede

Numa altura em que milhões de portugueses estão em quarentena, as operadoras portuguesas registam picos de tráfego nas suas redes. Meo e Vodafone monitorizam e a Meo admite reforçar a infraestrutura.

As operadoras de telecomunicações portuguesas estão a observar picos de tráfego nas suas redes, num momento em que milhões de portugueses se encontram em isolamento e trabalham a partir de casa para evitar o contágio pelo novo coronavírus. Altice Portugal e Vodafone assumiram ao ECO que verificam estes aumentos, pelo que procuram possíveis otimizações com base nos padrões de consumo ou mesmo o reforço da infraestrutura.

“Face ao cenário atual da saúde pública, que impôs um conjunto de medidas de isolamento e teletrabalho, a Altice Portugal tem vindo a registar um aumento muito significativo de tráfego na rede fixa de internet e em especial na utilização de OTT [serviços over-the-top, de que é exemplo o WhatsApp]”, disse fonte oficial da Altice Portugal.

Em contrapartida, “o tráfego de dados móveis não regista um crescimento tão assinalável”. Isto explica-se pelo facto de muitos aparelhos estarem, sobretudo, ligados às redes fixas domésticas por Wi-Fi, ao invés de ligados à rede móvel da operadora.

Perante esta carga maior, a dona da Meo está a monitorizar a sua rede e admite um reforço no caso de ser decretado o estado de emergência na quarta-feira: “Com vista a minimizar o impacto na vida dos portugueses, a Altice Portugal encontra-se a acompanhar a evolução da situação, em estreita cooperação com as autoridades, trabalhando na otimização, robustez e melhoria da rede, especialmente no caso de ser decretado o estado de emergência”, salientou a mesma fonte.

Situação semelhante vive a Vodafone. Fonte oficial da operadora disse ao ECO, na segunda-feira, que se registou “uma subida no tráfego das redes” devido ao facto de muitos portugueses estarem em modo de teletrabalho. No entanto, frisou que “ainda é muito prematuro fazer estimativas”, pelo que está a monitorizar a rede para “perceber o padrão de consumo de comunicações dos portugueses daqui para a frente”, otimizando a rede em conformidade.

A operadora disse ainda que “tem em vigor um plano de continuidade de negócio com o objetivo de garantir que, independentemente das circunstâncias, a empresa consegue entregar um serviço de qualidade aos seus clientes”. “Nesse sentido, a rede da Vodafone está, ‘por defeito’, dimensionada para suportar picos de utilização”, explicou. Assim, concluiu que, no que toca à pandemia do Covid-19, a Vodafone “reforçou a monitorização das suas redes, adotando medidas de otimização das mesmas consoante a evolução da situação, de forma a garantir a melhor performance possível do seu serviço”.

Já depois da publicação desta notícia, fonte oficial da Nos declarou ao ECO que a “prioridade” é “manter Portugal ligado e a comunicar”. “A Nos registou, naturalmente, um aumento no consumo de tráfego, embora não seja ainda possível partilhar o detalhe dessa informação”, reconheceu. Dito isto, a Nos garantiu que “tem já implementadas várias medidas, entre as quais se inclui reforço da monitorização das suas redes e implementação de medidas de otimização, com o objetivo de assegurar a continuidade do seu negócio e, consequentemente, de todos aqueles que dela dependem”, frisou.

Ainda assim, perante o atual contexto, a operadora aproveitou para apelar ao cumprimento das recomendações que forem indicadas. A empresa reforçou, assim, o “apelo a todos os portugueses” para “adotarem as boas práticas de utilização de redes de comunicações, que sejam divulgadas pelo Governo e pela própria Nos”.

Situações como a atual são exemplificativas do quão críticas para a economia se tornaram as redes de comunicações em todo o mundo. E não é impensável um cenário em que estas não tenham a capacidade suficiente para “aguentar” tanto tráfego em simultâneo. Esta segunda-feira, o The New York Times abordou a temática e deu exemplos de situações em que alguns clientes nos EUA estão a enfrentar problemas nas ligações devido à elevada quantidade de utilizadores ligados em simultâneo.

Esta é uma das razões que tem levado ao desenvolvimento da rede 5G, incluindo em Portugal. Uma tecnologia que promete não só acelerar o acesso à internet mas, também, permitir uma maior largura de banda e quantidade de dispositivos conectados em simultâneo.

(Notícia atualizada às 15h47 com reação da Nos)

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