Um Mercedes carregado de energia. Este é o EQC

São já vários os modelos da marca da estrela que recorrem a eletrificação, mas o EQC é o primeiro de uma nova estirpe totalmente elétrica. É um SUV de peso, mas acelera... que nem uma pena.

 

Fotoreportagem ensaio Mercedes EQC - 28FE20

A eletrificação está na moda. Praticamente todos os fabricantes de automóveis recorrem a pequenos motores elétricos para adicionarem potência aos convencionais, mas também para baixarem emissões de gases nocivos para o ambiente, mas automóveis totalmente elétricos continuam a ser poucos. E em marcas premium, ainda menos. Mas também estas estão a render-se à crescente procura por estas “motorizações”. Prova disso é a Mercedes-Benz que lançou o seu primeiro 100% elétrico. E em grande.

Depois da eletrificação dos grandes familiares, a fabricante germânica começou, recentemente, a exportar a lógica para gamas inferiores. Até o A já está quase a sentir o impulso extra do sistema híbrido. Nós 100% elétricos, a lógica é a mesma, mas em vez das famosas berlinas, a Mercedes decidiu ligar as baterias num SUV. E que SUV! Recorrendo ao EQ, a marca para esta geração que se liga a corrente, nasceu o EQC, um pequeno “tanque” familiar que tem por base o GLC. É imponente. E muito vistoso. Não há quem não pare um pouco para lhe tirar as medidas, mas também para apreciar o look tech que a marca conseguiu criar.

“Ah… é da Mercedes!”. Quantas vezes ouvimos esta exclamação… Apesar de a tradicional estrela estar bem destacada na frente, há detalhes estéticos que o diferenciam dos demais modelos da marca, confundindo os mais desatentos. A enorme grelha, rodeada por uma aplicação em preto gloss que vai de um lado ao outro da parte dianteira do EQC, abraçando os faróis em LED, dá-lhe um look distintivo — quase como acontece nos Maybach. E na traseira, é mais uma vez a assinatura de luz a diferenciar este modelo. A linha vermelha que cruza a bagageira que revela que este não é um Mercedes normal.

Que grande mot… bateria!

A mala deste EQC é gigante, assim como é o espaço a bordo para os cinco ocupantes que podem fazer uma viagem descansada em belas poltronas em pele, fazendo uso de todo o sistema de infoentretenimento que só pode encontrar nos modelos da fabricante germânica: o MBUX, com o seu ecrã gigante, não podia faltar. Mas se atrás há espaço que sobre para bagagem, a frente, onde deveria haver mais um espaço de carga já que “não há” motor a combustão, não há onde por nada. Abrindo o capot está um módulo de controlo dianteiro, a que se junta um dos motores elétricos e a transmissão.

Este é apenas um dos dois motores elétricos que a Mercedes aplicou no EQC. Cada um deles com 150 kW, que em conjunto permitem a marca anunciar uma potência de 408 cv. É muita potência transmitida às quatro rodas — este é um 4Matic — que tem de ser alimentada por uma bateria gigante colocada sob o chassis. Só a bateria pesa uns impressionantes 652 kg, elevando o peso total deste “tanque” para duas toneladas e meia. É muito peso, mas não se sente em condução.

Suave, mas potente. E as patilhas?

ligado ou desligado, o barulho que se ouve no EQC é o mesmo: nada. Mas depois de se carregar no “on”, mexe-se. É bem. Mesmo tendo em conta todo o peso que carrega, é um automóvel suave, suave. Responde sempre sem hesitação, permitindo uma utilização normalíssima no dia-a-dia. Com o “Confort” selecionado, o modo predefinido, mas mesmo com o “Eco”, o EQC tem sempre a potência suficiente disponível debaixo do pé direito para qualquer obstáculo que se lhe coloque a frente.

Em modo “Sport”, o EQC mostra mais atributos, suficientes para competir com outros modelos concorrentes que trazem mais cavalos. O binário de 760 Nm pode não dizer muito, mas ganha maior expressão se se disser que está ao nível de muitas “bombas” que se vê na estrada. Parado num qualquer sinal luminoso, se solicitado, o EQC dispara que nem um foguete assim que cai o verde. Dos 0 aos 100 km/h bastam 5,1 segundos!

É avassaladora a sensação de ter as mãos no volante de um automóvel de duas toneladas e meia que parece uma pena. O único problema é que exagerar no acelerador sai caro na autonomia de 400 km que a marca anuncia. É ver os quilómetros acumulados de carga a desaparecerem a um ritmo bem mais rápido do que aqueles que efetivamente se percorrem. Mas para ajudar a compensar, há sempre regeneração. E para fazer essa gestão, a Mercedes teve a brilhante ideia de colocar umas pastilhas no volante que não mudam de caixa – não dá —, mas permitem ajustar a regeneração de energia: mais forte ou nenhuma. Uma boa utilização destas pastilhas permite muitas vezes evitar o pedal do travão e ganhar uns quilómetros extra.

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