Rui Rio: “Retificativo? Terá de haver é um orçamento suplementar”
Rui Rio voltou a sinalizar que estará ao lado do Governo para aprovar não um orçamento retificativo mas um orçamento suplementar que terá de ser apresentado face à pandemia do novo vírus.
Rui Rio não tem grandes dúvidas de que o Governo vai ter de apresentar um orçamento para retificar o Orçamento do Estado para 2020 (OE2020) que já foi aprovado e entrará em vigor já em abril. “Aqui nem é um retificativo, é um orçamento suplementar. Isso é óbvio que tem de haver”, disse o presidente do PSD.
“É um orçamento suplementar para aquele que vai entrar em vigor nos próximos dias. É evidente que vai ter de haver [um orçamento suplementar] na exata medida em que ninguém previa, quando ele [o OE2020] foi aprovado, aquilo que viria a acontecer e que é para as finanças públicas terrível“, adiantou Rui Rio em declarações aos jornalistas, isto depois de ter estado cerca de três horas numa sessão com apresentações técnicas sobre o coronavírus, juntamente com órgãos do Governo e outros líderes partidários com representação parlamentar.
Na mesma intervenção, o líder do PSD deixou sinais ao Governo de que não criará obstáculos à aprovação do orçamento suplementar.
“Quem pode contar com o PSD é Portugal. Portugal tem um governo democraticamente eleito e em exercício de funções. Temos de estar com quem, democraticamente no exercício das funções, compete governar e dirigir o país”, declarou Rui Rio.
“Estamos a ganhar ao vírus, mas à custa da economia”
Para o líder social-democrata, se a reunião desta terça-feira “foi boa do ponto de vista da saúde, porque se percebe inequivocamente o que há a fazer”, relativamente à economia as notícias não são tão positivas.
Isto porque “aquilo que é melhor para a saúde é pior para a economia”.
“Se achatamos a curva, como estamos a fazer, vamos prolongar [o surto] no tempo e vão falecer menos pessoas. Serão infetadas o mesmo número de pessoas, só que de uma forma mais moderada, em que nunca haverá falta de resposta da saúde”, explicou.
"O apelo que faço é que portugueses cumpram o que está determinado. Fiquem em casa porque estamos a ganhar à Covid. Neste momento estamos a ganhar ao vírus, mas estamos a ganhar à custa de dificuldades económicas enormes.”
Porém, prosseguiu mais tarde, “cada dia que passa, cada semana que passa, o problema económico que vamos ter lá à frente torna-se muito mais expressivo e muito mais grave“, acrescentou.
“É este o equilíbrio que o país vai ter de saber fazer” quando se decidir prolongar ou não o atual estado de emergência em que o país se encontra.
Foi neste contexto que Rui Rio deixou o apelo aos portugueses para que cumpram o que está determinado. “Fiquem em casa porque estamos a ganhar ao Covid-19”, disse. Mas sublinhou que “estamos a ganhar ao vírus (…) à custa de dificuldades económicas enormes”, disse.
Sendo “óbvio” que o atual estado de emergência terá de ser prolongado, o dirigente do PSD frisou a necessidade de reforçar “a defesa dos profissionais de saúde e a defesa aqueles que estão mais avançados na idade”, mas também de “ter uma política económica e medidas (…) em defesa das empresas e do tecido produtivo”.
(Notícia atualizada às 15h04)
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