BCP cancela dividendos e paga 5,3 milhões aos trabalhadores
Banco liderado por Miguel Maya ia pagar um dividendo "conservador" mas cancelou a remuneração acionista devido ao impacto do coronavírus. Vai compensar trabalhadores com 5,3 milhões de euros.
Tal como o ECO avançou em primeira mão, o BCP decidiu cancelar a remuneração aos acionistas, justificando a decisão com a recente crise provocada pelo surto do coronavírus no país. Apesar disto, o banco anunciou que vai compensar os trabalhadores com 5,3 milhões de euros pelos cortes salariais entre 2014 e 2017.
“Face aos potenciais impactos e à incerteza associada à situação de pandemia, e ainda que o banco integre o grupo de instituições financeiras sem limitações regulatórias específicas em matéria de distribuição de dividendos, o conselho de administração entendeu propor à assembleia geral anual a retenção dos resultados relativos ao exercício de 2019“, informou o banco em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
“Tal proposta visa garantir que o banco esteja mais preparado para fazer face ao presente contexto de incerteza, tendo o conselho de administração reiterado a determinação de,
uma vez ultrapassada a crise e na medida em que o banco e a economia nacional iniciem a sua recuperação, retomar a política de dividendos aprovada“, acrescenta o banco.
Desde modo, dos resultados retidos, a administração do banco vai propor que 14,9 milhões de euros sejam transferidos para reserva legal do banco, enquanto um mínimo 120 milhões sejam resultados transitados.
Em fevereiro, quando apresentou lucros de 302 milhões de euros relativos ao exercício de 2019, Miguel Maya revelou que a proposta de dividendo iria ser “muito conversadora” e de “prudência” face ao ambiente de incerteza que reinava na altura. Esse cenário agravou-se nas últimas semanas, com a pandemia do Covid-19 a fechar países e a colocar um travão sério na economia mundial, incluindo a portuguesa.
Trabalhadores com compensação de 5,3 milhões
Ainda que tenha cancelado a remuneração aos acionistas, o banco decidiu manter a compensação aos trabalhadores que entre junho de 2014 e junho de 2017, aceitaram uma redução temporária dos salários com o objetivo de viabilizar o processo de recuperação do banco.
Nesse sentido, vai pagar até 1.000 euros aos trabalhadores que não foram já integralmente compensados com os resultados distribuídos em 2019. O banco tem 5,28 milhões de euros para dar aos quadros.
As propostas vão ser colocadas à consideração dos acionistas na assembleia geral marcada para o dia 20 de maio.
(Notícia atualizada às 21h39)
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