Comunicações caem, mas pandemia mantém uso em nível muito elevado
Mantêm-se as alterações nos padrões de utilização dos serviços de comunicações eletrónicas. Anacom aponta para um significativo crescimento do tráfego de voz fixa: 96%.
O tráfego de comunicações eletrónicas diminuiu na semana de 29 de março, face à anterior, estima a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), mas está “ainda significativamente acima” do registado no período anterior à pandemia de Covid-19.
Em comunicado, o regulador refere que, em relação à semana anterior (22 de março), “estima-se que o tráfego de voz tenha diminuído cerca de 9%, e o tráfego de dados 11%”.
Na semana em análise (29 de março), a voz fixa subiu 1% face à anterior. O tráfego de dados móveis diminuiu 3% e o de dados fixos recuou 11%.
No entanto, “o tráfego de voz foi 34% superior ao registado no período anterior ao início das medidas de proteção de contágio de Covid-19, e o tráfego de dados foi 35% superior ao verificado nessa altura”, acrescenta.
Esta estimativa tem por base os dados reportados ao regulador pelos três operadores – Altice Portugal (MEO), NOS e Vodafone Portugal – até 29 de março.
“De acordo com a informação disponível, mantêm-se as alterações nos padrões de utilização dos serviços de comunicações eletrónicas identificadas na semana anterior, ou seja, um significativo crescimento do tráfego de voz fixa (96%), que contrasta com a redução verificada em anos anteriores (em 2019 este tipo de tráfego diminuiu 15%), a redução do peso relativo da voz móvel (que cresce menos do que a voz fixa), o crescimento do tráfego de banda larga fixa (36%) e um aumento menos significativo do tráfego de dados móveis (20%)”, acrescenta.
“Relacionado com o maior consumo de dados que se tem registado nas últimas semanas está o aumento do número de testes para verificar a velocidade do acesso à Internet, móvel e fixo, através do NET.mede”, adianta a Anacom.
Entre janeiro e 29 de março, “o número médio diário de testes à velocidade efetuados com o NET.mede (através de browser) praticamente triplicou”, acrescenta o regulador.
“O aumento mais notório deu-se a partir de 12 março, o dia seguinte à declaração de pandemia pela Organização Mundial de Saúde. Antes existia uma média diária de 1.500/2.000 testes por dia, que subiu para cerca de 4.500 testes diários nos últimos dias do período em análise”, adianta a Anacom.
Nos acessos móveis a subida foi de 300 para 1.000 testes diários.
A Anacom refere que, entre janeiro e 11 de março, o período do dia com maior afluência de execução de testes situava-se entre as 18:00 e as 22:00, no caso dos acessos fixos residenciais.
“No final do período em análise essa afluência passou a verificar-se mais cedo, entre as 15h00 e as 19h00. Este resultado refletirá, entre outros, o efeito do teletrabalho e ensino à distância”.
Já nos acessos móveis, “os testes foram maioritariamente realizados entre as 18h00 e as 22h00, até 11 de março, passando para um comportamento mais homogéneo ao longo do dia, nos últimos dias do período analisado, muito embora não tenha havido alteração das horas de pico”.
O regulador destaca que a região de Lisboa e Vale do Tejo “foi a que registou um maior número médio diário de testes”.
Assim, os acessos residenciais fixos atingiram “1.694 testes por dia, na semana de 23 a 29 de março, mais 149% do que no período pré-pandemia. Nos acessos móveis foram feitos nessa semana 481 testes diários, mais do que duplicando face ao período pré-pandemia”.
Lisboa, Porto e Vila Nova de Gaia são os concelhos com maior número de testes, antes e depois do anúncio da pandemia, quer em acessos móveis como fixos.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia de Covid-19, já infetou mais de 940 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 47 mil.
Dos casos de infeção, cerca de 180.000 são considerados curados.
Em Portugal, segundo o balanço feito pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 209 mortes, mais 22 do que na quarta-feira (+11,8%), e 9.034 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 783 em relação à véspera (+9,5%).
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março, tendo a Assembleia da República aprovado hoje o seu prolongamento até ao final do dia 17 de abril.
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