“O lay-off era inevitável”. TAP cria “área de emergência RH”
Companhia aérea anunciou lay-off de 90% dos 10 mil trabalhadores da empresa. Em abril, a companhia tem quase a totalidade dos 105 aviões em terra, sem voar.
“O lay-off era inevitável”, explica Pedro Ramos, diretor de recursos humanos da TAP, em conversa com a Pessoas/ECO ao telefone. Enquanto isso, a companhia tem quase a totalidade dos seus 105 aviões no chão, sem voar. Face à redução abrupta e quase total dos aviões da companhia aérea nacional, a TAP anunciou que avança para o lay-off de cerca de 90% dos seus cerca de 10 mil trabalhadores, uma decisão que o responsável de recursos humanos vê como uma medida que, espera, com um fim rápido à vista.
“Temos a operação praticamente parada no mês de abril. O lay-off foi uma medida tomada com o objetivo de preservar os postos de trabalho das nossas pessoas, esperando que rapidamente seja ultrapassado este desafio”, justifica. Por considerar ser ainda cedo para detalhar e tomar novas medidas, a opção do lay-off foi o regime que, “neste momento, possibilita operacionalizar um modelo que permite manter as pessoas da TAP, os nossos colaboradores”.
O lay-off foi uma medida tomada com o objetivo de preservar os postos de trabalho das nossas pessoas.
“Para já fizemos lay-off durante 30 dias: a lei permite renovar até aos 90, mas esperamos que muito rapidamente seja possível voltar a uma operação”, acrescenta o responsável de pessoas da TAP. Relativamente ao regresso a uma “normalidade”, Pedro Ramos acrescenta ainda que uma possibilidade é ir, gradualmente, fazendo voltar as pessoas, por fases, ao trabalho, “dependendo da operação” que for sendo restabelecida. “É uma possibilidade, porque necessariamente não vai ser toda a recuperação de um dia para o outro”, afirma.
Sobre o processo propriamente dito dentro da empresa detida em 50% pelo Estado português, Pedro Ramos assinala que toda a comunicação com os cerca de dez milhares de trabalhadores foi feita “com muita verdade, muita transparência e em comunicação direta com os colaboradores”, assim como através da realização de reuniões “com todas as organizações representativas — comissões de trabalhadores e sindicados”. “Tem sido sempre transparente e aberta”, sublinha.
Neste sentido, a TAP criou uma “área de emergência RH” e dá também destaque ao “RH Consigo”, um serviço de call center interno disponível em horário alargado para responder a todas as dívidas dos trabalhadores da companhia aérea. Em conjunto com a comunicação interna, tem preparado materiais de perguntas e respostas frequentes, que são distribuídos pelos trabalhadores da companhia.
“Estamos todos muito empenhados em estar muito próximos, em responder com toda a transparência e cordialidade às necessidades das nossas pessoas, já que elas são a nossa principal prioridade”, assinala ainda.
Esta terça-feira, a TAP comunicou aos trabalhadores que avança para o lay-off para 90% das cerca de 10 mil pessoas que trabalham no grupo, mantendo os restantes 10% num regime de carga horária reduzida. Além disso, os gestores da companhia aérea vão ser alvo de um corte de 35% no valor dos respetivos salários. A informação faz parte de uma carta do Conselho de Administração, enviada aos funcionários a 31 de março.
“Tendo em conta as características operacionais da nossa atividade drasticamente reduzida, […] as medidas a adotar são: 1) a suspensão temporária da prestação do trabalho para cerca de 90% dos colaboradores; e 2) uma redução do período normal de trabalho, em 20%, para os restantes 10% dos colaboradores”, lê-se na carta, a que o ECO teve acesso.
Estas medidas extraordinárias da TAP, que visam responder ao severo impacto da pandemia do coronavírus no negócio, “entram em vigor a 2 de abril por um período de 30 dias”. Mas o período poderá “vir a ser estendido”, tal como prevê o próprio decreto-lei do Governo, que estabelece o regime do “lay-off simplificado”.
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