Candidatos à bolsa de Lisboa mantêm planos. Mas admitem ajustar prazos devido à Covid-19
Pânico nas bolsas está a fazer recuar negócios e ofertas públicas iniciais (IPO) por todo o mundo. Em Portugal, processos ainda iam no início e têm, por isso, margem para se ajustar ao melhor momento.
A bolsa de Lisboa entrou em 2020 com três candidatos a novas cotadas. Um deles, a Merlin Properties, concretizou o listing logo no arranque do ano, imediatamente antes de os mercados financeiros entrarem em pânico com a pandemia de Covid-19. Quanto às outras duas, mantêm os planos, mas admitem ajustamentos nos prazos.
“A Ores Portugal será listada na Euronext Lisbon em 2020, como aliás decorre da lei“, explica fonte oficial da sociedade de investimento e gestão imobiliária (SIGI) ao ECO. O regime das SIGI obriga a que a sociedade seja cotada em bolsa até um ano após a sua criação. No caso da Ores Portugal, esse prazo termina em dezembro.
Como ainda tem margem, a SIGI — que resulta de uma parceria entre a Sonae Sierra e o Bankinter — está à espera da melhor altura. “Aguardamos apenas o momento mais oportuno para o fazer, tendo em conta o contexto de pandemia de Covid-19 e o impacto que está a ter nos mercados“, refere.
"A Ores Portugal será listada na Euronext Lisbon em 2020, como aliás decorre da lei. Aguardamos apenas o momento mais oportuno para o fazer, tendo em conta o contexto de pandemia de Covid-19 e o impacto que está a ter nos mercados.”
Da mesma forma, a VIC Properties — outra empresa do setor imobiliário que tinha expressado interesse em ser cotada na bolsa de Lisboa — pretende ajustar-se face à pandemia, mas não recua.
“Todos os nossos objetivos se mantêm. Naturalmente que todos eles têm de ser ajustados face ao momento que o mundo atravessa e que todos desconhecemos quando tempo poderá demorar”, diz Luís Gamboa, COO da VIC Properties, ao ECO.
A promotora imobiliária dona do condomínio de luxo Prata Riverside Village garante que, cumprindo as medidas de segurança, continua a trabalhar e está a concretizar vários negócios que já se tinham iniciado antes da pandemia. Até porque, diz, há cada vez mais a perceção de que o ativo imobiliário terá uma volatilidade diferente de outro tipo de investimentos como as bolsas.
"Há cada vez mais a perceção de que o ativo imobiliário terá uma volatilidade diferente de outro tipo de investimentos. Acredito que podemos esperar um bom desempenho, com alterações ao nível dos agentes que atuam no nosso mercado. Por exemplo, temos vindo a assistir ao interesse de investidores institucionais.”
Gamboa explica que a VIC Properties tem assistido ao interesse de investidores institucionais, que já estão presentes em outros mercados, na compra em bloco de imóveis em Portugal com o objetivo de os colocar no mercado do arrendamento.
“Este interesse dever-se-á manter e será um mercado que evoluirá certamente nos próximos tempos“, refere o COO, acrescentando que “os investidores individuais manter-se-ão ativos e provavelmente repensarão as suas carteiras alocando uma parte dos seus capitais a ativos tangíveis”.
O otimismo em relação ao setor é partilhado pela SIGI da Sonae Sierra e do Bankinter. “Tal como sucedeu com todas as atividades, também a Ores Portugal teve de se adaptar ao contexto pandémico. No entanto, acreditamos que este é efetivamente um momento de exceção e temporário pelo que continuamos a trabalhar diariamente para criar valor para os acionistas“, acrescenta a empresa.
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