Vírus pára calçado. 39% das empresas vão recorrer ao lay-off

Segundo um inquérito da APPICAPS, 39% das empresas vão recorrer a lay-off até ao final do mês. O setor deseja retomar a produção em maio, mas tudo depende da evolução da pandemia.

39% das empresas do setor do calçado vão avançar para lay-off até ao final do mês, avançou a Associação Portuguesa dos Industriais de Calçados, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APPICAPS).

“Isto é uma amostra de 110 empresas que responderam a um inquérito semanal da APPICAPS. Habitualmente as empresas aproveitam a semana da Páscoa para darem duas semanas de férias, com esta pandemia as empresas acabaram por parar mais tempo. Em vez das duas semanas vão estar paradas entre quatro a seis semanas, quanto mais não sejam duplicam a paragem habitual”, explica ao ECO a associação de calçado.

Em resposta à pandemia de coronavírus, o Governo preparou uma série de apoios para as empresas. Nesse pacote, está incluído um novo lay-off, que permite às empresas mais afetadas pelo surto de Covid-19 suspender contratos de trabalho ou reduzir as cargas horárias dos trabalhadores. Em ambos os casos, os trabalhadores recebem, pelo menos, dois terços do seu salário original, valor pago em 70% pela Segurança Social e em 30% pelo patrão.

De acordo com os dados mais recentes divulgados pelo Ministério de Ana Mendes Godinho, mais de 600 mil trabalhadores já estão abrangidos por este novo regime. O apoio em causa é aprovado por um mês e pode ser renovado até três meses.

Calçado quer retomar produção em maio

O setor do calçado depende fortemente do mercado externo. Só em 2018, a indústria portuguesa de calçado exportou dois mil milhões de euros para 163 países nos cinco continentes. Só esta indústria emprega 2,2 milhões de pessoas (66% das quais mulheres). Contudo, esta pandemia que já infetou 1,8 milhões de pessoas no mundo, fez abrandar o setor e um dos desejos dos industriais é retomar a produção, uma aspiração que está dependente da evolução desta pandemia.

A APPICAPS explica que “a esmagadora maioria das empresas querem regressar ao trabalho a partir de maio , mas isto depende de um conjunto de condicionantes: se não tiverem matérias-primas e encomendas faz pouco sentido estarem a laborar (…) tudo depende da evolução da pandemia e quanto tempo de facto vai perdurar”.

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