Covid-19: Reciclar é “seguro e desejável”, diz a associação ambientalista ZERO
No documento “Gestão de resíduos no contexto da crise do coronavírus”, a Comissão Europeia recomenda a continuidade da recolha seletiva e da reciclagem de resíduos.
A associação ambientalista ZERO reforçou esta quarta-feira a mensagem da Comissão Europeia segundo a qual é “seguro e desejável reciclar”, no contexto da epidemia de Covid-19.
No documento “Gestão de resíduos no contexto da crise do coronavírus”, a Comissão Europeia recomenda a continuidade da recolha seletiva e da reciclagem de resíduos.
“A continuidade geral de serviços adequados de gestão de resíduos urbanos, incluindo a recolha seletiva e a reciclagem, deve ser salvaguardada”, afirma, no documento, o comissário europeu para o Ambiente, Oceanos e Pescas, Virginijus Sinkevičius.
Em comunicado, a ZERO considera o documento da Comissão Europeia “bastante esclarecedor quando à importância de se continuar com a recolha seletiva e à segurança que este processo possui, apesar da atual pandemia de Covid-19”.
A associação portuguesa realça que “não existe atualmente qualquer evidência que permita inferir que os procedimentos normais para a gestão de resíduos sejam inseguros ou insuficientes em termos de prevenção da infeção por Covid-19 ou ainda que os resíduos urbanos tenham um papel importante na transmissão do SARS-CoV-2 ou de outros vírus que afetem o aparelho respiratório”.
No documento, a Comissão Europeia recorda as orientações sobre segurança no trabalho, nomeadamente a que recomenda a utilização de equipamentos de proteção individual (EPI) para os trabalhadores deste setor.
A ZERO refere, a este propósito, que tem recebido “alertas de operadores de gestão de resíduos” com “dificuldade em adquirir esse tipo de equipamento” e assinala que “é fundamental que não faltem EPI também para os trabalhadores afetos à recolha e ao tratamento dos resíduos”.
Relativamente aos trabalhadores que fazem a recolha dos resíduos, Bruxelas pede às empresas do setor que garantam “a disponibilidade e o uso apropriado de equipamento de proteção individual adequado” e a adoção de “padrões de higiene exigentes”.
Apesar destes cuidados adicionais, a Comissão Europeia aponta que, “de acordo com o ECDC, não existem atualmente provas que permitam inferir que os procedimentos de gestão normal dos resíduos não são seguros ou são insuficientes em termos do risco de infeção por Covid-19 ou que os resíduos domésticos desempenham um papel na transmissão da SARS-CoV-2 ou de outros resíduos vírus respiratórios”.
Ainda assim, apela a uma “gestão adequada dos resíduos” numa altura em que grande parte da população europeia e mundial está confinada em casa, como forma de tentar conter o surto, e a produzir mais lixo doméstico.
“Cada pessoa produz quase meia tonelada de resíduos urbanos por ano na União Europeia, em média, o que significa que todas as semanas são produzidos mais de 20 quilos de resíduos urbanos por agregado familiar”, aponta o executivo comunitário no texto das recomendações.
Ao todo, “a produção anual total de resíduos na União Europeia ascende a cinco toneladas por pessoa” em alturas normais, destaca a instituição, apelando aos países comunitários para que, perante uma maior produção de lixo doméstico, se evitem “perturbações na gestão de resíduos, incluindo a recolha seletiva e a reciclagem de resíduos”.
“É crucial para a saúde e segurança dos nossos cidadãos, para o ambiente e para a economia”, conclui Bruxelas.
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