Carnaval dispara número de turistas. Mas chineses caem 55%

O mês de fevereiro foi sinónimo de mais hóspedes nos estabelecimentos turísticos. Mas nem tudo foi positivo. O coronavírus provocou uma quebra de mais de 50% nos turistas chineses.

O Carnaval trouxe para os estabelecimentos turísticos nacionais 1,6 milhões de hóspedes em fevereiro, um aumento de 15% face ao ano passado, mostram os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Este desempenho representa uma aceleração no setor do turismo — que está a ser fortemente prejudicado pela atual crise –, num mês em que as receitas ascenderam a 194,3 milhões de euros.

Em fevereiro, o país recebeu 1,59 milhões de hóspedes, a maioria vindos de fora (cerca de 819.000). Contudo, embora os hóspedes residentes no país tenham sido em menor número (776.200), foram aqueles que mais cresceram face ao mesmo mês do ano passado: 23,7% em comparação com a subida de apenas 8,3% dos turistas estrangeiros.

Ainda no segundo mês do ano, contaram-se 3,84 milhões de dormidas, um crescimento de 14,7%, com uma estadia média de 2,41 noites. Aqui, foram os estrangeiros que passaram mais noites hospedados, com uma média de 2,5 noites face às 1,3 noites dos turistas residentes.

Estes resultados, refere o INE, foram influenciados pelo efeito do período de Carnaval, que este ano ocorreu em fevereiro e no ano anterior ocorreu em março. Adicionalmente há também que considerar outro efeito de calendário, dado que fevereiro teve 29 dias em 2020, mais um que em 2019″.

Na hora de escolher onde dormir, os hotéis continuam a ser a principal escolha dos hóspedes, reunindo 83,3% do total de dormidas. Atrás aparecem as unidades de Alojamento Local (14,5%) e as de turismo no espaço rural e de habitação (2,3%).

Em termos de dormidas, estas aumentaram em todas as zonas do país, principalmente no Alentejo, onde subiram 39,8%. Atrás aparece o Centro (+28,1%), o Norte (+20,9%) e a Região Autónoma dos Açores (20,1%). Em termos de peso nas dormidas, a Área Metropolitana de Lisboa destacou-se ao concentrar 29,1% de todas as dormidas, à frente do Algarve (22,3%) e do Norte (16,4%).

Em termos de receitas, também se verificou um aumento expressivo. Os proveitos registados nos estabelecimentos de alojamento turístico atingiram 194,3 milhões de euros no total e 138,1 milhões de euros relativamente a aposento, correspondendo a subidas de 12,8% e 15,1%, respetivamente.

Coronavírus provoca queda expressiva nos hóspedes chineses

Em fevereiro, o surto de coronavírus começava a ganhar dimensões mais preocupantes, alastrando-se pela Europa. Embora os primeiros casos em Portugal só tenham aparecido em março, a verdade é que, um mês antes, já se sentia o impacto, principalmente vindo da China. E os dados do INE mostram isso mesmo. No segundo mês do ano, o número de turistas chineses afundou 54,8%. Desde o início do ano, a queda acumulada é de 17%.

Analisando as restantes nacionalidades, os espanhóis foram os que mais cresceram (40,8%), à frente dos canadianos (37%) e dos brasileiros (29,5%). Nas quedas, à frente da China, as nacionalidades que mais caíram foram os suecos e os italianos, com descidas na ordem de 1%.

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