Como é calculado o preço do gás de garrafa? Veja o vídeo

O que paga o consumidor quando compra uma garrafa de gás por 26 euros? De acordo com a ERSE, mais de metade (50,5%, 13,40 euros) diz respeito à margem do retalho, ou seja, de quem vende as botijas

Neste momento, uma garrafa de gás butano de 13 kg, a mais utilizada pelas famílias portuguesas para cozinhar e aquecer a casa custa em média 26,50 euros (pouco mais de dois euros por kg), de acordo com o último boletim da ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos.

Deste valor, revela o regulador, mais de metade (50,5%, 13,40 euros) diz respeito à margem do retalho, ou seja, de quem vende as botijas. O mercado do gás engarrafado está liberalizado há vários anos, por isso o preço final de venda ao público é definido pelos estabelecimentos que o comercializam. Em todo o país há mais de 50 mil postos de venda, diz o regulador.

A cotação e o frete levam uma parcela de 22,9% (seis euros) e as taxas e impostos (taxa de carbono, impostos sobre produtos petrolíferos e IVA) mais 22,5% (5,9 euros). Resta o enchimento (3,3% do preço final, 87 cêntimos) e a logística e reservas (0,8%, 21 cêntimos).

Mas afinal, o que paga realmente o consumidor quando compra uma botija de gás? Como é calculado o preço do gás de garrafa (GPL) – butano e propano? E porque é que a descida do valor de venda ao público não acompanha imediatamente a tendência dos preços das matérias-primas?

As dúvidas são respondidas pela ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos no seu mais recente vídeo pedagógico, lançado já em tempo de pandemia do Covid-19.

O último boletim da ERSE, relativo a fevereiro, sobre combustíveis mostra que “os preços do butano e do propano caíram acentuadamente desde o final de janeiro com a desaceleração da procura doméstica. A queda nos preços do petróleo está também a pressionar os gases de petróleo liquefeito (GPL), embora a queda do preço do butano neste mês tenha superado a queda dos preços no petróleo. O preço do butano e do propano manteve uma trajetória descendente durante o mês de fevereiro, agravando a trajetória no final do mês”. No entanto, na venda ao público, os preços mantiveram-se estáveis, a rondar os mesmos 26,50 euros.

As diferenças não são muitas, mas o facto é que os preços das botijas de gás variam de região para região. Em fevereiro, a diferença de valor entre o preço médio nacional e o preço médio nos distritos foi maior a sul, sendo o gás engarrafado mais caro, sobretudo nos distritos de Faro, Beja e Setúbal. Viana do Castelo, Vila Real e Bragança têm os preços mais baratos. O mesmo acontece no interior, à exceção de Castelo Branco.

A Deco diz que o preço das garrafas de gás vai descer dos 26 para 23 euros já no final de abril, e depois deverá ficar abaixo dos 20 euros até ao final de maio. A razão prende-se com a descida do preço do petróleo, desde o fim do ano passado, com impacto também nas cotações dos derivados, como é, por exemplo, o caso do gás.

A defesa do consumidor alerta que o preço de venda ao público do gás engarrafado não acompanha preço de referência: na prática, diz a Deco, existe um desfasamento de cerca de dois meses entre a variação do preço de referência e o seu reflexo no valor pago pelo consumidor. “Está na altura de refletir a queda dos preços ocorrida já em fevereiro e março e contrariar a resistência às descidas verificadas no passado”, diz a associação.

Com todo o setor energético a operar nesta fase com base em medidas excecionais aprovadas pelo Governo, e a Deco preocupada com a possibilidade de os consumidores não conseguirem comprar gás engarrafado — tendo em conta que “o acesso a este produto pode estar em causa devido ao encerramento de uma esmagadora maioria de pontos de venda da rede de retalho” –, a ERSE garante também que serão mantidas em funcionamento as instalações de armazenamento, transporte e distribuição de produtos petrolíferos (combustíveis líquidos e GPL), incluindo o enchimento e a distribuição de garrafas de gás (GPL).

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