Governo descarta empréstimos a fundo perdido às empresas
Ministro da Economia descarta possibilidade do Estado ajudar empresas a pagar os compromissos decorrentes da pandemia a fundo perdido, advogando que “despesa do Estado agora são impostos” mais tarde"
O ministro da Economia, Pedro Siza Viera, descartou, na quarta-feira, a possibilidade de o Estado ajudar as empresas a pagar os compromissos decorrentes da pandemia a fundo perdido, advogando que “despesa do Estado agora são impostos” mais tarde.
“Acho muito difícil. Não podemos pensar que conseguimos pagar os compromissos das empresas a fundo perdido e à custa do contribuinte. Despesa do Estado agora são impostos amanhã”, sustentou o governante, na quarta-feira à noite, durante o programa Grande Entrevista, na RTP3.
O ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital considerou que é importante, nesta altura, “aliviar aquilo que são os compromissos” das empresas e, ao mesmo tempo, arranjar forma de as manter “em funcionamento, mesmo que neste estado de hibernação”, por causa da pandemia da doença provocada pelo novo coronavírus.
Pedro Siza Vieira rejeitou as críticas do presidente da Confederação Empresarial (CIP), António Saraiva, de que ainda não tinha chegado dinheiro às empresas através das linhas de crédito anunciadas pelo Governo.
O ministro disse que “na linha de 400 milhões de euros já chegou dinheiro” às empresas, referindo-se ao mecanismo de auxílio criado pelo Governo ainda antes de ser exigido uma autorização da Comissão Europeia para ajudas do Estado.
Siza Vieira explicitou também que “linhas para três mil milhões de euros”, que serão, posteriormente, “alargadas para seis mil milhões de euros”, já se encontram nos bancos e que “já existem pedidos de crédito apresentados por mais de duas mil empresas”.
Segundo o governante, existem igualmente “linhas de crédito aprovadas pelo sistema público de garantias concedidas para operação” no valor de 430 milhões de euros, sublinhando que “agora falta uma coisa essencial, que é conseguir fazer com que esse dinheiro chegue à caixa das empresas”.
Destacando que é necessário que os bancos o “façam rapidamente”, o ministro da Economia garantiu que estes pedidos de financiamento estão a ser mais céleres.
“Já tenho bancos que me dizem que, entre a aprovação e a contratação é possível passar quatro dias e no dia seguinte haver a transferência”, assegurou.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 131 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 436 mil doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 599 pessoas das 18.091 registadas como infetadas.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa quatro mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.
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