Pagamentos contactless estão a ganhar terreno em Portugal
Fazer pagamentos aproximando o cartão bancário dos terminais é uma prática a ganhar popularidade em Portugal. Há mais cartões a suportar a tecnologia e mais locais a aceitá-la, diz a MasterCard.
Os pagamentos digitais com recurso à tecnologia contactless estão a ganhar popularidade em Portugal. Pelo menos é isso que dizem os dados estatísticos da MasterCard MA 0,00% referentes ao terceiro trimestre do ano, avançados em exclusivo ao ECO. A tecnologia contactless permite fazer transações aproximando os cartões aos terminais de pagamento.
Segundo as variações homólogas calculadas pela empresa, os locais que aceitam pagamentos contactless aumentaram 110%. Já o valor gasto com este tipo de cartões cresceu 800%, segundo a MasterCard, enquanto o número de transações evoluiu 791%, “um crescimento muito superior ao que se verificou em 2015”, refere a companhia.
Há também um crescimento de 38% no número de cartões a suportar esta tecnologia e, além disso, o número de pagamentos por cartão MasterCard aumentou 43%, com cada transação a valer, em média, 18,49 dólares (aproximadamente 17,7 euros). É, segundo a empresa, um aumento de 7% em relação ao trimestre homólogo. De referir que, em Portugal, o valor máximo por cada pagamento contactless é de 20 euros.
Percentagens que devem ser vistas à luz do facto da novidade que é esta tecnologia. Há, por isso, probabilidade de os valores referentes ao terceiro trimestre de 2015 serem baixos e manterem-se baixos no mesmo período de 2016 — pressionada para o fazer, a MasterCard optou por não avançar os números em concreto. De qualquer forma, as variações apontam para um crescimento da popularidade deste tipo de pagamentos digitais.
Ao ECO, por email, Carlo Enrico, presidente da MasterCard para a Europa Ocidental, diz que esta evolução é explicada por “dois vetores fundamentais”. Entre eles, “a adaptação dos comerciantes” e o “crescimento do número de locais que aceitam a tecnologia”. “Portugal é um país que acolhe com facilidade inovações tecnológicas e que segue as tendências globais. É natural que esta tendência de aumento dos pagamentos eletrónicos continue a progredir de forma rápida”, estima.
O ECO também pediu dados à SIBS, a entidade que gere a rede de multibanco e de pagamentos digitais em Portugal, mas não os obteve em tempo útil.
Portugal é um país que acolhe com facilidade inovações tecnológicas e que segue as tendências globais.
Compras “mais simples”
Os pagamentos digitais têm vindo a ganhar terreno em relação aos pagamentos em dinheiro físico. Mas porquê? Carlo Enrico dá uma hipótese: “A evolução tecnológica está a tornar a experiência de compra mais simples e a permitir aos consumidores e ao comerciantes ganharem tempo no momento do pagamento”, indica.
Não mencionando qualquer desvantagem, limita-se a sublinhar que “os pagamentos contactless oferecem uma alternativa mais segura em relação ao numerário”. É também uma forma mais rápida de pagar: “Diminui o tempo de espera em loja, dado que quanto menos as pessoas demorarem a pagar, menos filas haverá nas caixas”, explica o executivo da MasterCard.
Mas nem tudo se resume a comodidade. É também uma questão do foro fiscal. Pagamentos eletrónicos, explica o presidente da MasterCard, “permitem reduzir a fuga e a evasão fiscal e, assim, aumentar as receitas por via dos impostos”. Reitera ser uma tendência e vai ainda mais longe: “Os decisores políticos estão cada vez mais conscientes da importância de incentivar” este tipo de transação, em detrimento das de numerário, “difíceis de rastrear e mais fáceis de esconder do fisco”.
Adeus, cartões físicos?
Uma coisa é certa: os responsáveis da MasterCard estão a trabalhar em novas formas de pagar, mas não querem nem pensar num futuro onde não haja cartões físicos nas carteiras. Foi a ideia transmitida ao ECO por Alberto López, responsável de pagamentos digitais da MasterCard na Península Ibérica, no início de dezembro: “Todos temos cartões físicos e esses cartões são globalmente aceite”, disse na altura.
Questionado sobre se os cartões físicos estão a ficar obsoletos, Carlo Enrico garante que não: “Irão naturalmente continuar a fazer parte do nosso quotidiano, convivendo com outras soluções de pagamentos digitais.”
Os consumidores, sobretudo os millennials, procuram consistentemente todas as vantagens que as tecnologias lhes podem oferecer.
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