Obama avança com sanções contra a Rússia
Os EUA vão sancionar a Rússia e expulsar 35 operacionais dos serviços de inteligência do país. Em causa, os ataques informáticos aos democratas nas eleições presidenciais. Trump fica em maus lençóis.
Os Estados Unidos vão avançar com sanções à Rússia como retaliação pelos ataques informáticos a e-mails oficiais do Partido Democrata. Os ataques terão exposto mensagens sensíveis numa alegada tentativa de prejudicar a candidata presidencial Hillary Clinton e, assim, interferir no resultado do sufrágio, argumentam as autoridades norte-americanas, segundo a agência Bloomberg.
Duas das principais sanções têm como alvo a agência de inteligência militar russa, GRU, e a agência de inteligência civil, FSB. De acordo com o The New York Times, serão expulsos do país 35 operacionais dos serviços de inteligência, que gozam do estatuto diplomata, alegadamente envolvidos nos ciberataques ao Comité Nacional do partido. Serão também sancionadas algumas instituições públicas russas e empresas cibernéticas associadas a elas, além de que foi decretado o encerramento de duas unidades russas.
“Sancionei nove entidades e individualidades: os dois serviços de inteligência russos, GRU e FSB; quatro oficiais do GRU; e três empresas que forneceram apoio material às operações cibernéticas do GRU”, explicou Barack Obama ao final da tarde desta quinta-feira, citado pelo The Guardian.
Os ataques terão acontecido durante a campanha eleitoral da corrida à Casa Branca, eleições que resultaram na nomeação de Donald Trump para novo Presidente dos Estados Unidos. Trump deverá tomar posse no próximo dia 20 de janeiro e esta decisão do ainda Presidente Barack Obama é um embate de frente entre o republicano e o democrata.
Donald Trump tem vindo a defender que o Governo russo não terá estado envolvido nos ataques. Trump chegou mesmo a afirmar que as agências de inteligência norte-americanas não são de confiança e sugeriu que os ataques podiam ter sido desencadeados por qualquer pessoa, sublinha o jornal.
Segundo a Bloomberg, o Governo deverá expandir uma ordem executiva emitida por Barack Obama em 2015, que lhe deverá dar poder para impor sanções económicas em caso de ataque informático. Será um imbróglio nas mãos de Donald Trump, que terá de tomar uma das seguintes decisões quando tomar posse: ou levanta as sanções e ignora os alertas das entidades de inteligência oficiais; ou mantém as sanções à Rússia, deteriorando a relação entre os dois países.
Esta quarta-feira, questionado sobre este assunto, Donald Trump, citado pelo The New York Times, disse: “Devemos continuar com as nossas vidas. Os computadores complicaram muito as nossas vidas. Toda a era dos computadores fez com que ninguém saiba bem o que está a acontecer. Temos velocidade, temos muitas outras coisas, mas não tenho a certeza de que tenhamos a segurança necessária”.
Recorde-se que, esta semana, Donald Trump acusou Barack Obama de dificultar o processo de transferência de poder. No Twitter, o magnata escreveu: “Estou a fazer o meu melhor para ignorar os muitos obstáculos e declarações inflamatórias do Presidente [Barack Obama]. Pensei que a transição seria suave. Mas não!” No entanto, não especificou a que tipo de obstáculos se estava a referir.
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