Covid-19: Administração do BCP propõe à assembleia-geral que dividendos voltem após a crise
O banco liderado por Miguel Maya cancelou a distribuição de dividendos devido ao impacto do coronavírus, mas quer retomar a distribuição acionista quando for ultrapassada a crise.
O BCP convocou esta segunda-feira a assembleia-geral de acionistas para 20 de maio, por meios à distância, segundo a convocatória ao mercado, propondo a administração a retoma dos dividendos quando for ultrapassada a crise.
O BCP convocou esta quinta-feira os acionistas para a assembleia-geral de 20 de maio, pelas 14h30 (hora de Lisboa), por meios telemáticos, com seis pontos na ordem de trabalhos: aprovação das contas de 2019 (lucros consolidados de 302 milhões de euros), aplicação de resultados, apreciação da administração, política de remuneração dos órgãos sociais, aquisição e alienação de ações próprias e eleição da mesa da assembleia-geral (2020/2023).
Na proposta relativa à aplicação de resultados, o Conselho de Administração do banco indica que haverá o pagamento da compensação salarial aos trabalhadores (no valor total 5,281 milhões de euros), para compensação parcial dos cortes que sofreram entre junho de 2014 e junho de 2017, mas que não haverá distribuição de dividendos, tal como já tinha anunciado.
Sobre os dividendos, justifica que os potenciais impactos e incertezas da situação atual de pandemia exigem “extrema prudência”, pelo que a administração não propõe a sua distribuição este ano.
A distribuição de dividendos será novamente feita, propõe a administração do BCP, “uma vez ultrapassada a crise e na medida em que o banco e a economia nacional iniciem a sua recuperação”.
Assim, é proposto que, dos resultados individuais de cerca de 139 milhões de euros, cerca de 13,9 milhões vão para reserva legal, 5,281 milhões para compensações aos trabalhadores e 120 milhões para resultados transitados.
Quanto aos membros da mesa da assembleia-geral, é proposto que continuem os mesmos, como presidente Pedro Rebelo de Sousa e como vice-presidente Octávio Paulo, sendo a proposta feita pelos três acionistas principais do BCP (Fosun, Sonangol e Fundo de Pensões da EDP).
A reunião magna do BCP decorrerá por meios à distância mas, segundo a convocatória, o presidente da mesa da assembleia-geral ainda pode considerar até 10 de maio que há condições para reunião presencial.
Na semana passada, no parlamento, o presidente executivo do BCP, Miguel Maya, disse que o banco vai adiar a redução de trabalhadores que estava prevista para este ano e defendeu que não sejam pagos bónus aos administradores executivos relativos a 2019, cabendo a decisão ao Conselho de Remunerações.
O principal acionista do BCP é o grupo chinês Fosun, com cerca de 27%, sendo a petrolífera angolana Sonangol o segundo maior acionista, com 19,5% do capital social.
O fundo de investimento BlackRock tem cerca de 3% e o Grupo EDP cerca de 2%, segundos os últimos dados disponíveis no ‘site’ do banco na Internet.
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