Pandemia está a tornar urgente um futuro mais sustentável
A pandemia trouxe "alívio" ao ambiente, mas consigo um alerta para a urgência de um futuro mais sustentável. A solução passa por tornar indispensáveis estas medidas e apostar na educação ambiental.
Menos carros, menos poluição, menos ruído, petrolíferas a suspender a produção e cidades a ver o céu azul pela primeira vez em décadas. A paragem das atividades económicas e da mobilidade poluente devido ao confinamento obrigatório para combater a propagação do Covid-19, parece estar a ter efeitos positivos no ambiente.
Há quem se refira a “um suspiro” de alívio do planeta Terra e os ambientalistas juntam-se à causa. Por parte da sociedade civil parece estar a emergir uma maior consciência ambiental e, no ano em que Lisboa é Capital Verde Europeia 2020, este pode ser o momento construir a garantia de um futuro mais verde.
A “Ação Climática”, é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e serviu de base para o debate moderado pela jornalista Bárbara Silva, editora do projeto Capital Verde, e que contou com a participação de José Sá Fernandes, vereador da Câmara Municipal de Lisboa para o Clima e Ambiente, Sérgio Ribeiro, CEO da startup Planetiers, que organiza este ano o evento Planetiers World Gathering, e da atriz e ambientalista Joana Seixas, no evento Social Good Summit.
Não deixar o ambiente de fora
Os participantes no debate deixaram claro uma convicção: é necessário integrar o ambiente nos vários setores da economia como a saúde, economia ou a educação, para que os projetos futuros sejam mais sustentáveis e as pessoas consigam entender a sustentabilidade como parte integrante das suas vidas. José Sá Fernandes, vereador do ambiente da CML, acredita na capacidade de adaptação de uma cidade como Lisboa, para ultrapassar os desafios que se avizinham.
Agora, é altura para “aproveitar a sensibilidade” da população para matérias como a sustentabilidade, defende.
Temos de apostar numa recuperação económica que tenha muito mais verde do que no passado.
Na Planetiers, plataforma de e-commerce para produtos sustentáveis, a procura tem aumentado. “Temos a tecnologia, as pessoas mais conscientes do que nunca tiveram, não há razão nenhuma para não tentarmos fazer uma transição. Nunca tivemos uma oportunidade tão grande para criar um sistema futuro que nos garanta a nossa máxima: qualidade de vida para todos, em todo o lado, para sempre”, sublinha Sérgio Ribeiro, diretor-executivo da Planetiers.
Lisboa Capital Verde Europeia 2020
“Ficará para depois como uma rosa que irá nascer dos espinhos”, são as palavras do vereador José Sá Fernandes, numa carta escrita aos lisboetas a propósito do impacto da pandemia. Os festejos previstos para a Capital Verde Europeia 2020 tiveram de ser cancelados, mas José Sá Fernandes garante que as obras e os concursos vão acontecer ainda este ano.
“A Capital Verde vai perceber a prioridade do que temos de fazer na cidade. Temos boas oportunidades para reinventar a Capital Verde”, sublinha José Sá Fernandes, e há já alguns planos em vista: organizar conferências em hotéis para ajudar o setor hoteleiro, ou reavivar os negócios dos antigos ofícios na cidade e explorar as riquezas naturais do país.
Temos a tecnologia, as pessoas mais conscientes do que nunca tiveram, não há razão nenhuma para não tentarmos fazer uma transição. Nunca tivemos uma oportunidade tão grande para criar um sistema futuro que nos garanta a nossa máxima: qualidade de vida para todos, em todo o lado, para sempre.
O vereador da CML revela que uma das preocupações da autarquia é o problema da intensificação do trânsito e as soluções vão passar por: apostar no teletrabalho, desfasamento de horários nos escritórios, mais bicicletas, mais autocarros e doação de máscaras.
Educar para transformar
Mais consciência ambiental nas empresas, nos negócios e na sociedade civil poderá ajudar a caminhar para um futuro mais sustentável. O diretor-executivo da Planetiers acredita que a perfeição não se alcança, trabalha-se, e uma das ações passa pela educação cívica em relação ao ambiente.
“A educação é uma das maiores armas a usar nesta altura”, lembra a atriz Joana Seixas. Para a ambientalista este é um “novo caminho” de esperança, com pessoas mais conscientes que se tornam assim “aliados que não podemos perder de maneira nenhuma”. Temos de educar toda uma população, que durante os últimos 30, 40 anos, vive no mundo do descartável, no mundo de um crescimento económico e sem consequências”, acrescenta.
Joana Seixas defende uma vida mais sustentável, forte em “qualidade” em detrimento da “quantidade, e no compromisso ético e transparente das empresas em matéria de sustentabilidade. A ambientalista considera que a pandemia está a aproximar as pessoas e a torná-la mais conscientes da necessidade de ser mais sustentável, por isso “são aliados que não podemos perder de maneira nenhuma”, realça.
O Social Good Summit é um evento das Nações Unidas e está a estrear-se em Portugal. Foi organizado pela It’s About Impact, residente na Casa do Impacto da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e com o apoio do Banco Montepio. Durante um dia, reuniu decisores políticos, agentes do impacto social, líderes empresariais e ativistas em painéis de discussão à volta de sete Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
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