Lucro do Banco Montepio sobe 60% à boleia da venda de dívida pública
Banco liderado por Pedro Leitão lucrou 42 milhões de euros com a venda de dívida pública portuguesa, o que acabou por ajudar os resultados em 2019.
O Banco Montepio registou uma subida de 60% dos lucros, para 21,7 milhões de euros, um resultado que foi sobretudo impulsionado com a venda de dívida pública portuguesa, que rendeu 42 milhões.
A margem financeira do banco liderado por Pedro Leitão encolheu 4,6% para 236,8 milhões de euros, penalizada pela diminuição dos juros recebidos na carteira de crédito e pelo aumento dos encargos com juros pagos pela dívida subordinada.
A subida de 2,7% das comissões para 121,5 milhões de euros acabou por mitigar a quebra na margem financeira, com o Banco Montepio a registar uma descida de 2,2% no produto bancário core para 358,3 milhões.
A instituição financeira dá conta de um resultado com operações financeiras de 50 milhões de euros. É um desempenho justificado essencialmente pela venda de carteiras de dívida pública de vários países e que teve impacto no lucro final. O banco acabou por obter ganhos líquidos de 42 milhões de euros com venda de obrigações portuguesas, mas também contabilizou mais-valias de 144 mil euros com a alienação de títulos espanhóis e 1,7 milhões com títulos gregos. Já a dívida italiana representou menos-valias de 1,1 milhões de euros.
A carteira de empréstimos a clientes voltou a encolher em 2019, reduzindo-se em 6,3% para 12,2 milhões de euros. Já os depósitos caíram ligeiramente, cerca de 0,5% para 12,5 mil milhões de euros.
O capital próprio do Banco Montepio situou-se em 1.452 milhões de euros no final de 2019, assinalando uma diminuição de 4,3% face ao valor de final de 2018.
O banco diz que apresentou o relatório e contas dentro dos prazos legais, tendo em conta que a decisão dos reguladores de prorrogação do prazo de apresentação das contas até final de maio.
“2019 representa ano de ajustamentos”
Na carta de apresentação do documento, o presidente da instituição, Carlos Tavares, destacou que “o ano de 2019 representa um período de ajustamentos, inseridos num processo que se espera venha a ser de recuperação dos níveis de eficiência e de rentabilidade do Banco Montepio”.
Carlos Tavares especificou que “as contas que são objeto de reporte continuam a refletir fortemente os custos das políticas de crédito adotadas no passado e o necessário ajustamento dos critérios de seletividade, já iniciado em exercícios anteriores”.
Mutualista vende mais 3.000 ações do banco
O relatório e contas revela ainda que a Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) vendeu mais 3.000 ações do capital do banco a instituições da economia social ao longo do ano passado.
A mutualista detém 99,9% do capital do Banco Montepio, mas há mais 36 acionistas com 0,01% do capital (ou 161.920 ações do banco).
Desses pequenos acionistas, todos representantes da terceiro setor da economia, destacam-se a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa com 75 mil ações do banco.
Já a Fundação Inatel, a Santa Casa da Misericórdia do Porto e a Associação de Socorros Mútuos de Empregados no Comércio de Lisboa detêm 10 mil ações cada.
A Montepio Rainha D. Leonor, Associação Mutualista dos Engenheiros e Liga das Associações de Socorros Mútuos de Vila Nova de Gaia têm cinco mil ações.
(Notícia atualizada às 12h05 com mais informação)
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