Mesmo com cortes, acionistas do PSI-20 vão receber dois mil milhões em dividendos. Veja quando
Apesar da incerteza gerada pela pandemia (que levou várias empresas a suspenderem a remuneração acionista), a época dos dividendos chegou à bolsa de Lisboa. Há menos dinheiro a distribuir.
A época de dividendos chegou, apesar de, este ano, estar condicionada pela pandemia de Covid-19. Das 18 cotadas do PSI-20, dez decidiram distribuir dividendos referentes aos lucros do ano passado, enquanto sete cancelaram ou adiaram a decisão sobre a política de remuneração acionista por causa do impacto do surto nas contas.
As empresas do índice de referência nacional preparam-se para distribuir 2.079,2 milhões de euros em dividendos aos acionistas. O valor fica 13% abaixo do montante pago no ano passado, quando apenas uma empresa (a Pharol) não distribuiu dividendos.
Uma das razões para a diminuição prende-se com a quebra de 10% nos lucros, que totalizaram 3.108,8 milhões de euros. Mas graças ao reforço da remuneração acionista por parte das energéticas do PSI-20, o rácio de payout continuou próximo de 67% dos lucros.
Apesar da polémica que levou o Parlamento a votar mais do que uma vez a intervenção do Governo para travar os dividendos do setor, a EDP manteve a distribuição de 695 milhões de euros, que começarão a ser pagos esta quinta-feira. A subsidiária EDP Renováveis já pagou 69,8 milhões aos acionistas (mais 14,24% que em 2019). A Galp Energia prepara-se para distribuir, na próxima semana, 577 milhões (mais 10,45% que no ano passado).
Só dez cotadas do PSI-20 vão remunerar acionistas
Além destas, também a Altri e a Sonae vão distribuir dividendos ainda esta semana, sendo que em ambos os setores — papel e retalho — houve cortes na remuneração dos acionistas para precaver o impacto que a pandemia terá nas contas.
A política de remuneração mais cautelosa foi recomendada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que aconselhou as cotadas a terem em conta a sustentabilidade de longo prazo. Se cinco cotadas do PSI-20 — Altri, Semapa, The Navigator, Jerónimo Martins e Sonae — cortaram dividendos face ao ano passado, houve quem decidisse mesmo não remunerar de todo os acionistas.
BCP, CTT, Novabase e Sonae Capital anunciaram que não iriam fazê-lo este ano para acautelar o tombo causado pela pandemia, sendo que as quatro aumentariam o total em cerca de 90 milhões de euros. Já a Corticeira Amorim e a Mota-Engil preferiram deixar a decisão para mais tarde. A Ibersol não se pronunciou sobre o assunto, mas tendo recorrido ao lay-off simplificado, deverá estar impedida de remunerar os acionistas.
Não só há menos dividendos como a espera é maior. Devido ao período de exceção, as cotadas têm maior margem para decidir a remuneração acionista já que o prazo para a realização das assembleias gerais anuais foi prolongado até 30 de junho. Assim, há ainda incerteza sobre quando ou quanto é que parte das empresas vai pagar dividendos.
Calendário de dividendos de 2020
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