António Costa e Centeno estão reunidos em São Bento

Costa e Centeno estão reunidos em São Bento. Encontro acontece perante o agudizar da polémica em torno da transferência para o Novo Banco que levou Rio a pedir a demissão do ministro das Finanças.

António Costa e Mário Centeno estão reunidos em São Bento. Encontro entre primeiro-ministro e ministro das Finanças, que está a ser avançado pela RTP, acontece perante o agudizar da polémica em torno da transferência de 850 milhões de euros para o Fundo de Resolução realizar a injeção no Novo Banco antes da conclusão da auditoria. Esta decisão de Centeno levou mesmo Rui Rio, líder do PSD, a afirmar que Centeno não tem condições para continuar no Governo.

Depois de António Costa ter dito no Parlamento a Catarina Martins que o “cheque” para o Novo Banco só seguiria após a conclusão da auditoria, o priemiro-ministro teve de pedir desculpas a Catarina Martins, líder do Bloco de Esquerda, porque as Finanças autorizaram a transferência um dia antes. Centeno afirmou na TSF que foi uma “falha de comunicação”, voltando a ser confrontado com o tema esta quarta-feira, na Assembleia da República. E desta vez, disse que Costa sabia.

Mário Centeno afirmou que Costa tinha conhecimento da injeção de 850 milhões de euros para o Novo Banco, uma vez que a decisão tinha passado pelo Conselho de Ministros. “Não, não foi à revelia do primeiro-ministro”, disse o ministro das Finanças, que tem defendido a autorização desse “cheque” que tem de ser dada sempre até ao dia 6 de maio, como consta do contrato do mecanismo de capital contingente.

Costa não se pronunciou, mas Marcelo Rebelo de Sousa demonstrou o seu desagrado com o facto de ter sido validada a transferência antes do que tinha sido prometido pelo primeiro-ministro. Durante uma visita conjunta com António Costa à Autoeuropa, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que Costa “esteve muito bem no Parlamento quando disse que fazia sentido que o Estado cumprisse a as suas responsabilidades, mas naturalmente se conhecesse a conclusão da auditoria” ao Novo Banco.

Depois da posição de Marcelo, Rui Rio veio aumentar a pressão sobre Centeno. Depois de uma publicação no Twitter, o presidente do PSD veio afirmar, em direto, que se fosse primeiro-ministro e tivesse um ministro como Mário Centeno, “que fez o que fez”, “teria de se demitir ou então ser demitido”. Salientou que foi “irresponsável não esperar para se pagar ao Novo Banco. Face a isto, Centeno não tem condições para continuar”, afirmou o social-democrata.

“Estou a dizer o que eu faria, mas tem de ser o Governo a decidir”, referiu, acrescentando que “o primeiro-ministro é que decide quando [Centeno] deve sair e se deve sair. Se não se demitir, deve ser demitido”. Rui Rio disse ainda “não compreender o silêncio ad eternum de António Costa” e que “no fim, se o ministro das Finanças continuar em funções, face a tudo o que aconteceu”, fará “juízo negativo” do primeiro-ministro.

Apesar das críticas do PSD, o PS defende Centeno. João Paulo Correia considerou as declarações de Rio “abusivas” e “repugnantes”. “O ministro das Finanças tem feito um trabalho notável ao serviço do país. E para o PS, nunca esteve nem está em discussão esse tipo de situação”, disse o responsável do PS, acrescentando que Rio apenas “quis desviar o assunto do debate desta tarde — em que o PS pôs dedo na ferida — da responsabilidade do PSD quando prometeu ao país um banco bom”, o Novo Banco.

(Notícia atualizada às 21h30 com mais informação)

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