Crédito Agrícola lucra menos 20%. Moratórias atingem 2.000 milhões

O Grupo Crédito Agrícola registou uma queda de 22,3% do lucro para 33,8 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, com o negócio bancário a lucrar menos 20% para 29,3 milhões.

Ao contrário dos outros bancos, a instituição liderada por Licínio Pina não revela quanto dinheiro pôs de lado para fazer face a um eventual aumento do nível de incumprimentos no crédito por causa da crise do coronavírus. Quatros dos maiores bancos nacionais revelaram que constituíram provisões de mais de 200 milhões de euros.

Em relação à pandemia, o banco apenas diz que já foram concedidas moratórias nos empréstimos de famílias e empresas no valor de 2.088 milhões de euros.

O rácio de crédito malparado (NPL, non performing loans) do Crédito Agrícola situava-se nos 9% no final de março. O banco diz que “tem vindo a dar continuidade a uma gestão sã e prudente, refletida em imparidades de crédito acumuladas a março de 2020 de 395 milhões de euros, valor que confere um nível de cobertura de NPL por imparidades de 42,4% e uma cobertura de NPL por imparidades e colaterais de 132,0%”.

Operações financeiras seguram resultados

No que toca ao desempenho operacional entre janeiro e março, o Crédito Agrícola viu a margem financeira reduzir-se em quase 4% para 78,5 milhões de euros.

Esta quebra foi compensada o aumento dos resultados em duas rubricas: as comissões líquidas subiram 6,2% para 29,4 milhões e o resultado de operações financeiras (venda de títulos) mais do que duplicou para 55,1 milhões de euros — o banco não detalhe que operações foram estas. Assim sendo, o grupo apresentou uma subida de 28,8% do produto bancário.

Na parte do balanço, o crédito a clientes aumentou 6% para 10,6 mil milhões de euros. Isto enquanto os recursos de clientes (depósitos) aumentar quase 10% para 15,4 mil milhões.