Pandemia atira crédito da casa para mínimos de oito meses. Crédito ao consumo afunda
Os bancos concederam 831 milhões de euros em novo crédito para a casa, em abril. Trata-se de um mínimo desde agosto, com os portugueses a suspenderem decisão de adquirir habitação devido à pandemia.
Os efeitos da pandemia refletem-se já numa travagem na concessão de crédito à habitação em Portugal. Em abril, mês marcado pela quase paralisação do país, o montante dos novos empréstimos para a aquisição de casa caiu para mínimos de agosto do ano passado. Foram concedidos 831 milhões de euros com esse fim.
Dados divulgados pelo Banco de Portugal nesta sexta-feira apontam para que os portugueses tenham ido buscar à banca 831 milhões de euros para comprar casa, em abril. Este valor corresponde a uma quebra de 121 milhões de euros (-13%) face aos 919 milhões de euros que se tinham verificado no mês anterior. Em termos homólogos, contudo, manteve-se a tendência de crescimento — 3,5% — com mais 28 milhões de euros face aos 803 milhões que foram disponibilizados em abril do ano passado.
Se no caso do crédito à habitação os efeitos da pandemia ainda parecem contido, situação que poderá resultar da existência de processos de financiamento em curso, o mesmo já não aconteceu no caso das restantes finalidades de crédito às famílias.
Crédito ao consumo afunda para mínimos de seis anos
Os dados da entidade liderada por Carlos Costa indicam que, em abril, os bancos disponibilizaram 177 milhões de euros em empréstimos para consumo. Este montante corresponde a menos de metade (-58%) face aos 421 milhões de euros que foram concedidos em março. Em termos homólogos a redução foi quase na mesma ordem: 51% aquém dos 364 milhões verificados em abril de 2019.
A quebra nas quantias disponibilizadas com esse fim é de tal ordem que será necessário recuar mais de seis anos, até janeiro de 2014, para assistir a um valor mensal mais baixo: 169 milhões de euros.
Evolução do novo crédito desde 2014
Fonte: Banco de Portugal
Já os novos empréstimos às famílias com outros fins, que não habitação e consumo, totalizaram 131 milhões de euros, em abril. Trata-se de uma redução de quase 18% face aos 240 milhões registados em março. Comparativamente ao mesmo mês de 2019, a redução é de mais de 45%. Para encontrar um montante mensal mais baixo do que o verificado no passado mês de abril, será preciso recuar quase cinco anos, até agosto de 2015.
Somando todas as finalidades, em abril, os portugueses foram buscar à banca 1.139 milhões de euros em financiamento. Trata-se do montante mais baixo desde janeiro de 2018. Ou seja, há mais de dois anos.
(Notícia atualizada às 11h45)
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