Ser ágil, “sem pressa mas sem demora”: a receita da AESE face à pandemia
Maria de Fátima Carioca está a trabalhar de casa desde 13 de março. Na AESE Business School todos os programas executivos foram interrompidos.
Liderar à distância tem sido um dos maiores desafios para Maria de Fátima Carioca, dean da AESE Business School. A trabalhar a partir de casa desde 13 de maio, para “minimizar o risco de contágio”, todos os programas executivos da escola foram interrompidos e, a vida por lá, reorganizada.
“Todos esperam e bem, que estejamos ainda mais próximos (face a face, num ecrã) e que apoiemos cada um. Mas contam, sobretudo, com liderança”, assinala a responsável, em entrevista ao ECO.
A direção adaptou-se à gestão das emoções — as próprias e as das várias equipas — quase de imediato. “No momento em que se deu a mudança e, ao longo dos dias que vão passando”, explica. Atuar de forma “ágil, sem pressa, mas sem demora” foi outra das tarefas cumpridas, tirando sempre partido das aprendizagens, confiando nas equipas e antecipando o futuro.
“Temos trabalhado diferentes cenários e partilhado com todos, de forma aberta e transparente, a nossa visão sobre o que está a acontecer e o impacto para a AESE, agora e no futuro”, detalha Maria de Fátima Carioca.
Sobre as rotinas pessoais, a dean da AESE reconhece que a maior mudança foi o tempo que passava habitualmente no trânsito.
“Quando penso nisso, o sabor é agridoce: é tempo de agenda ganho e que sempre é bem-vindo, mas era também um tempo em que aproveitava para rever o dia, estar a par do mundo, sistematizar ideias, conversar com quem me acompanhava. Não tenho saudades do trânsito, pelo contrário, acho fantásticas as consequências ambientais do confinamento, mas era a forma de desfrutar de um tempo aparentemente inútil”, detalha.
Uma inspiração por dia
Depois de, num primeiro momento da pandemia, a AESE ter verificado que uma das maiores preocupações dos alunos e das suas empresas passava pela sobrevivência financeira e adaptação do negócio a um novo contexto, foi tempo de reagir. “Por considerarmos ser a nossa missão e porque queríamos, e queremos, ultrapassar juntos este período de maior turbulência, decidimos entregar aos executivos nossos alunos, em cada dia, um insight de negócio inspirador, com o apoio dos nossos professores e dos professores do IESE, para os acompanhar e ajudar”, conta ao ECO.
Assim, e ainda que em contexto de pandemia, a missão enquanto escola manteve-se: partilhar conhecimento. Por isso, a AESE ampliou o acesso a recursos e sessões online, abriu programas curtos, online e interativos e foi-se adaptando, “pelo modo de ser e de ensinar”, ao novo contexto.
Face ao futuro, o impacto da Covid-19 está ainda repleto de incertezas. “A sensação, enquanto Escola de Negócios é de, em parte, estarmos a ser postos à prova. Uma prova exigente a testar a validade do património de saber, técnico e humano, que a AESE procura sedimentar e partilhar nos seus programas de executivos”, acredita a responsável. E, tal como na escola, também na economia, antecipa. “Passar-se-á algo semelhante: depois de um impacto profundíssimo, as empresas e a economia encontrarão o seu rumo. Haverá empresas que desaparecerão, outras que conseguirão reconverter-se para negócios e modelos de negócio considerados improváveis há poucas semanas e outras ainda que permanecerão com grande atividade durante toda a crise”.
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