BCE avisa que atrasos na aprovação de ajudas agravam “necessidades financeiras”

  • Lusa
  • 8 Junho 2020

A presidente do Banco Central Europeu (BCE) avisou que "qualquer atraso" na aprovação das ajudas europeias para a crise "poderá criar repercussões negativas" e agravar as necessidades.

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, exortou os líderes europeus a “aprovarem rapidamente” o pacote proposto pela Comissão Europeia para recuperação económica pós-pandemia, alertando para que atrasos nas negociações aumentam as “necessidades financeiras desta crise”.

“Seria importante aprovar rapidamente esse pacote e estabelecer um calendário claro para criar maior certeza e segurança para cidadãos, empresas e mercados financeiros”, declarou Christine Lagarde, falando por videoconferência na comissão de Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu.

Para a responsável, o orçamento da União Europeia (UE) a longo prazo poderá ter “um papel importante” na recuperação económica, após a crise gerada pela pandemia de Covid-19, dado permitir “mobilizar os recursos necessários e utilizá-los de forma produtiva”. Porém, “para tal acontecer, é necessária ambição, não apenas na sua dimensão, mas também nas prioridades e na sua eficaz execução, e as propostas da Comissão Europeia são essenciais para isso”, considerou Christine Lagarde, falando aos eurodeputados.

E deixou um alerta aos líderes europeus: “Qualquer atraso poderá criar repercussões negativas, aumentando os custos e também as necessidades financeiras desta crise”.

A responsável referia-se às propostas da Comissão Europeia, apresentadas no final de maio, para a criação de um Fundo de Recuperação de 750 mil milhões de euros para reparar os danos provocados pela pandemia do Covid-19 e de um Quadro Financeiro Plurianual revisto para 2021-2027 no valor de 1,1 biliões de euros.

A proposta prevê que, do montante global do Fundo, a ser angariado pela própria Comissão nos mercados, 500 mil milhões sejam canalizados para os Estados-membros através de subsídios a fundo perdido, e os restantes 250 mil milhões na forma de empréstimos. No que toca ao fundo, Portugal poderá arrecadar um total de 26,3 mil milhões de euros, 15,5 mil milhões dos quais em subvenções e os restantes 10,8 mil milhões sob a forma de empréstimos (voluntários) em condições muito favoráveis, mas a decisão sobre o aval da proposta cabe aos líderes europeus.

“Para benefício de todos, as despesas europeias têm de visar restabelecer um campo de igualdade e apoiar os [países] mais afetados pela crise”, defendeu Christine Lagarde, vincando que “o grande interesse comum é reduzir a fragmentação da crise atual e evitar divergências a longo prazo”. Estas propostas serão debatidas numa cimeira de líderes a realizar-se no dia 19 de junho, mas deverá ser necessária outra, talvez em julho, para alcançar um acordo sobre o plano de recuperação.

Aludindo às previsões do BCE, divulgadas na semana passada, Christine Lagarde apontou ainda que a economia da zona euro deverá sofrer uma contração de 8,7% este ano, melhorando depois para um crescimento de 5,2% em 2021 e de 3,3% em 2022.

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