Europa trava perdas. Energia pressiona bolsa de Lisboa

O arranque da sessão fazia adivinhar mais um dia de quedas acentuadas dos índices europeus. Mas as bolsas conseguiram recuperar algum fôlego, registando quedas ligeiras e abaixo de 1%.

Antevia-se um dia negro nas bolsas europeias, mas as quedas acabaram por não ser tão acentuadas quanto o esperado. Os principais índices europeus, que chegaram a perder mais de 2% nas primeiras horas de negociações, recuperaram fôlego ao longo do dia e encerraram com perdas ligeiras, à medida que os ativos de risco vão incorporando o risco percecionado de uma segunda vaga da pandemia.

O Stoxx 600 esteve a desvalorizar 2,2% no início da sessão, mas acabou por registar uma queda bem mais ligeira, de 0,2%, depois de, inclusivamente, ter estado a subir 0,1%. O mesmo cenário foi observado na generalidade das praças europeias, com o francês CAC-40 a recuar 0,4%, o espanhol IBEX a cair 0,3% e o alemão DAC a derrapar 0,3%.

Em Portugal, o PSI-20 esteve a ceder 1,8%, mas acabou também por recuperar terreno e fechar a sessão com uma queda de 0,76%, inferior à da abertura, mas ainda assim superior à registada pelas pares. O principal índice da bolsa de Lisboa recuou para 4.326,78 pontos, pressionado por desvalorizações nas ações da família EDP, na Galp Energia e no BCP.

No dia e que o juiz Carlos Alexandre foi forçado a prorrogar por uma semana — até 22 de junho — o prazo de defesa que a EDP dispunha para contestar a suspensão de funções do presidente António Mexia, no âmbito da investigação às rendas excessivas pagas pelo Estado à companhia, os títulos da empresa caíram 0,90%, para 4,07 euros. Os da participada EDP Renováveis desvalorizaram 1,54%, para 11,48 euros.

Também no setor da energia, a Galp Energia foi inicialmente penalizada pela queda dos preços do petróleo, depois de o Iraque ter pedido à BP para reduzir a produção de crude em 10% de forma a cumprir com o acordo da OPEP+ (o valor da matéria-prima recuperou entretanto e o Brent está a ganhar 0,46%, para 38,91 dólares). Ainda assim, as ações da Galp Energia caíram 1,39%, para 10,65 euros.

Da energia para a banca, o BCP esteve a perder cerca de 3%, mas os títulos do banco liderado por Miguel Maya acabaram por conseguir fechar com uma queda de 0,44%, para 11,20 cêntimos. Em sentido inverso, a Mota-Engil, a Altri, a Corticeira Amorim e a Semapa impediram um recuo mais acentuado do PSI-20, fechando a sessão com ganhos entre 0,84% (Mota-Engil) e 0,36% (Semapa).

Depois do rally nas últimas semanas, as negociações de ativos de risco em todo o mundo voltaram a ser condicionadas pelos efeitos da pandemia. Com o acelerar no surgimento de novos casos de infeção em algumas zonas do globo, incluindo na China, os investidores estão agora receosos quanto à possibilidade de uma nova vaga do coronavírus vir a deitar por terra a recuperação que ainda mal se iniciou.

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