Bruxelas quer destinar pelo menos 22 mil milhões a apoio ao emprego jovem
Bruxelas propôs um pacote de apoio ao emprego jovem, num montante de pelo menos 22 mil milhões de euros, para ajudar os europeus ultrapassar as dificuldades de acesso ao mercado de trabalho.
A Comissão Europeia propôs esta quarta-feira um pacote de apoio ao emprego jovem, num montante de pelo menos 22 mil milhões de euros, para “ajudar a próxima geração de europeus” a ultrapassar as dificuldades de acesso ao mercado de trabalho.
Apontando que a pandemia da covid-19 “veio pôr em evidência o quão difícil é para muitos jovens entrar no mercado de trabalho” e alertando para o aumento do desemprego jovem devido ao coronavírus, o executivo comunitário indica que as suas propostas de Fundo de Recuperação e do orçamento plurianual da UE para 2021-2027 “já contemplam oportunidades de financiamento significativas para o emprego jovem”, mas propõe que se vá ainda mais longe, através do pacote apresentado esta quarta-feira.
Este pacote, aponta Bruxelas, articula-se em torno de quatro vertentes que, em conjunto, representam “uma ponte para o emprego” da próxima geração: um reforço da iniciativa “Garantia Jovem”, a modernização dos sistemas de ensino e formação profissionais, um novo impulso aos programas de aprendizagem, e incentivos ao arranque de novas empresas no curto prazo e, a médio prazo, ao reforço das capacidades, das redes de jovens empresários e dos centros de formação interempresas.
Relativamente à “Garantia Jovem”, iniciativa criada em 2012 que, segundo dados da Comissão, “construiu pontes para o mercado de trabalho para cerca de 24 milhões de jovens”, Bruxelas propõe alargar o alcance deste instrumento “aos jovens vulneráveis em toda a UE, abrangendo agora as pessoas com idades compreendidas entre 15 e 29 anos”.
Esta proposta da Comissão surge num contexto de novo aumento do desemprego jovem, causado pela pandemia da covid-19, que Bruxelas receia que seja “maciço”.
“No rescaldo da crise financeira mundial de 2008, o desemprego dos jovens aumentou de 16%, em 2008, para um nível recorde de 24,4%, em 2013. Estes valores cairiam desde então, e atingiriam mínimos históricos de 14,9% mesmo antes da pandemia […] Os dados mais recentes mostram que, em abril de 2020, a taxa de desemprego dos jovens era de 15,4% em toda a UE. Muitos temem que estejamos na iminência de um aumento maciço”, assume a Comissão.
“Hoje, mais do que nunca, é importante ajudarmos a próxima geração de europeus a prosperar e a progredir na carreira profissional, especialmente nestes tempos de crise. Estamos a propor caminhos claros e específicos para os nossos jovens obterem as oportunidades profissionais que merecem”, comentou o vice-presidente executivo Valdis Dombrovskis.
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