ISEG estima queda entre 15% e 20% do PIB no segundo trimestre
O PIB português deverá registar uma quebra entre 15% e 20% no segundo trimestre deste ano, segundo as previsões do Instituto Superior de Economia e Gestão.
O Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) estima que o Produto Interno Bruto (PIB) tenha registado uma queda entre 15% e 20% no segundo trimestre deste ano, de acordo com uma síntese de conjuntura publicada esta segunda-feira.
“Os dados de abril refletem o esperado: redução do saldo negativo no comércio de bens, redução bastante maior do saldo positivo da balança de serviços devido ao quase desaparecimento das atividades ligadas ao turismo”, lê-se na mesma análise.
“Em consequência, no 2.º trimestre o contributo da PEL (Procura Externa Líquida) para a variação do PIB também será mais negativo, mas, no global, o contributo negativo da PI [Procura Interna] pesará mais que o da PEL”, adiantou o instituto.
“Atendendo a isso, mantém-se a previsão de que a variação homóloga do PIB se deverá ter situado no 2.º trimestre entre -20% e -15%, intervalo cuja amplitude reflete a incerteza decorrente da natureza parcial dos dados disponíveis e das características de novidade associadas a esta crise”, referiu o ISEG.
O instituto indicou ainda que, para este ano, “dados os sinais de que a recuperação será inicialmente mais lenta, também a queda global da economia será um pouco mais profunda do que a anteriormente prevista”.
De acordo com o ISEG, em junho “os indicadores de confiança, depois de terem atingido mínimos em abril ou maio, subiram em junho, em todos os setores, para valores menos negativos, embora continuem com níveis muito negativos”.
Por sua vez, “o indicador de confiança dos consumidores voltou a subir em junho, tal como em maio, para valores menos negativos, depois dos mínimos de abril”, referiu o instituto. Segundo o ISEG, em maio, “o Índice de Produção Industrial (IPI) registou uma variação homóloga de -28,4% (-27% em abril, valores brutos)”.
“A variação na indústria transformadora foi de -31,1%”, enquanto em junho, “os resultados dos inquéritos de conjuntura à indústria transformadora (ICIT), dados qualitativos, já foram um pouco menos negativos e sugerem que alguma atividade no setor começou a recuperar”, indicou o instituto.
De acordo com a mesma nota, em maio, “com menos dois dias úteis, a variação homóloga nas vendas de cimento subiu cerca de 4%”. “Pelas respostas ao inquérito de conjuntura de junho, a atividade da construção apresenta perspetivas diferenciadas: no segmento da promoção imobiliária/construção de edifícios e no segmento das atividades especializadas, as opiniões sobre a carteira de encomendas foram um pouco menos negativas mas permanecem muito negativas; no segmento das obras de engenharia civil as opiniões sobre a carteira de encomendas não só foram bastante menos negativas como estão menos negativas do que em janeiro e fevereiro”, indicou o Instituto.
Em abril, o Índice de Volume de Negócios nos Serviços teve uma queda homóloga de 38%, “com -84,6% na secção do alojamento e restauração e -6,7% na secção das atividades de informação e comunicação”, indicou o ISEG.
Por fim, recordou, as vendas de automóveis ligeiros de passageiros decresceram 87% em abril, 74,7% em maio e 56,2% em junho.
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