Ataque russo nas eleições dos EUA? Sim, diz Trump

A atuação russa na eleições que opôs Clinton a Trump ainda não acabou. Depois da divulgação de um relatório que culpa a Rússia, um membro da equipa da nova administração admitiu o envolvimento russo.

Donald Trump deu um passo atrás na sua aproximação à Rússia. Após a divulgação de um relatório das agência de informação e serviços secretos onde Putin é acusado de interferir nas eleições dos EUA, Trump resistiu a dar razão às autoridades, mas o seu chefe de gabinete reconheceu esse ataque. Em entrevista à FOX News, Reince Priebus, afirmou que o presidente eleito “aceita as conclusões”.

A 11 dias da tomada de posse, o próximo presidente dos Estados Unidos da América continua a deixar o “dossiê Rússia” em aberto, apesar de o próximo chefe de gabinete da Casa Branca ter vindo dizer que a próxima administração reconhece os ataques informáticos russos. Contudo, é pouco provável que as sanções de Barack Obama continuem: Donald Trump acha que só “pessoas estúpidas” questionariam relações mais próximas com o Governo russo, razão pela qual não castigará Vladimir Putin.

“Ele [Donald Trump] não está a negar que as instituições da Rússia estão por detrás deste ataque informático particular”, afirmou Reince Priebus este domingo na televisão norte-americana. No entanto, Priebus culpou mais os democratas por terem deixado isso acontecer, argumentando que o FBI avisou o Comité Nacional do Partido Democrático em relação aos emails hackeados.

“Eles [Democratas] não se souberam defender. Eles não tinham a prática. Eles permitiram que governos estrangeiros tivessem acesso ao seu sistema”, acusou o próximo chefe de gabinete de Donald Trump. Apesar desta acusação, o novo discurso é uma mudança de Trump que, até agora, argumentava que os seus opositores estavam a tentar culpar os russos para o enfraquecer, desvalorizando o resultado dos relatórios.

Com esta nuance, continuam incertas as relações exatas que a nova administração terá com o Kremlin. Por um lado, Priebus afirmou que Trump “pode muito bem” fazer algo contra a Rússia, mas ao mesmo tempo o próximo presidente tem vindo a dizer publicamente que quer reforçar as relações com Moscovo. Além disso, a sua equipa, nomeadamente o secretário de Estado (equivalente ao ministro dos Negócios Estrangeiros), Rex Tillerson, tem ligações fortes à Rússia.

Editado por Mariana de Araújo Barbosa (mariana.barbosa@eco.pt)

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